Cirurgia das amígdalas e das adenoides: quando realizá-las?

As amígdalas e as vegetações adenoides são tecidos imunologicamente ativos, que reforçam a imunidade de todo o trato aerodigestivo superior. Eles são parte de um anel de tecido glandular que envolve internamente a garganta. As adenoides estão localizadas na parte superior da garganta, no fundo do nariz, por onde passa o ar que respiramos nasalmente, portanto, não é visível pela boca, sem instrumentos especiais. As amígdalas são duas massas de tecido de cada lado da garganta, no fundo da boca, localizadas perto das entradas do ar que respiramos, podem facilmente ser infectadas por vírus ou por bactérias que vem com o ar. As adenoides aumentadas causam obstrução nasal e podem levar a criança a dormir com a boca aberta e a ter roncos à noite, podendo o infante desenvolver alterações na arcada dentária, problemas no ouvido e infecções de garganta. 

De uma forma geral, a adenoamigdalectomia, cirurgia das amígdalas e das adenoides, é uma opção cirúrgica, para o tratamento dessas, quando estão aumentadas, ou quando são infectadas de forma recorrente. Em geral, é indicada, se houver falha dos tratamentos clínicos existentes ou desenvolvimento de complicações secundárias. No Brasil, são feitas em torno de 200.000 cirurgias das amígdalas e das adenoides, de modo que essa ainda é a segunda cirurgia mais realizada em crianças no mundo, mas também não é raro adultos precisarem de amigdalectomia. As indicações cirúrgicas são absolutas em casos de tumores, de obstrução grave da via respiratória ou da via digestiva ( respiração oral, roncos, engasgos frequentes, preferência por alimentos líquidos ou pastosos, baixo peso) e de prejuízo da oxigenação (chegada de oxigênio nas diversas partes do corpo), que pode evoluir para síndrome da apneia obstrutiva do sono, para cor pulmonale (dilatação das câmaras direitas do coração por esforço respiratório) e até para parada cardiorespiratória. As indicações cirúrgicas são relativas nas adenoamigdalites de repetição, no abscesso periamigdaliano, na suspeita de adenoamigdalites como foco de infecção à distância, na causa de convulsão febril, nas deformidades orofaciais (existente ou para sua prevenção), nas otites de repetição, por vezes, com redução da audição e, mais raramente, nas sinusites de repetição. 

A cirurgia é realizada com anestesia geral. Na maioria dos casos, os pacientes podem retornar para casa no mesmo dia, desde que tenham se recuperado bem do ato anestésico e da cirurgia em si. Não há nenhuma incisão (corte) na face, no nariz e/ou no pescoço, sendo a cirurgia realizada totalmente por via oral (por dentro da boca). 

EMANUEL VERAS
Médico
CRM/PB 13022 | CRM/SP 176329

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