A laparoscopia e a cirurgia Robótica como via de acesso para cirurgia oncológica vêm ganhando espaço nos últimos anos. Os estudos prospectivos já publicados sobre a cirurgia minimamente invasiva em câncer de reto, como exemplo, mostraram menor sangramento intraoperatório, recuperação pós-operatória mais rápida, menor consumo de medicações analgésicas, redução na formação de aderências intestinais, diminuição na morbidade pós-operatória, redução do tempo de internação e melhor qualidade de vida no primeiro ano após a cirurgia.
No tratamento de tumores abdominais, o principal método terapêutico é a cirurgia, que pode ser realizada por um equipamento minimamente invasivo, chamado laparoscopia, ou por Robótica.
Por meio de pinças finas colocadas na região abdominal, o cirurgião consegue operar sem a necessidade de abrir completamente o local. Nessa técnica, assim como na cirurgia convencional aberta, a experiência e a habilidade do especialista são importantes para o sucesso do tratamento, e a expertise desenvolvida pelos profissionais – seja pela casuística, seja pela capacitação – é fundamental.
A videolaparoscopia e a cirurgia Robótica são procedimentos que oferecem melhor visão e possibilitam maior precisão aos movimentos do especialista. O principal avanço da técnica está na captação e na transmissão de imagens que amplificam e aprimoram o campo de visão do cirurgião, tornando possível realizar dissecções mais precisas e atingir áreas mais profundas. Não há, no entanto, alteração no modo como a cirurgia é realizada.
Nos grandes centros, utiliza-se a videolaparoscopia em cerca de 60% dos casos de câncer na região abdominal. O tempo de internação do paciente diminui, o que garante uma recuperação mais rápida e um retorno precoce a um possível tratamento adjuvante, como quimio ou radioterapia.
A estética, que não costuma ser prioridade, é outra vantagem do tratamento minimamente invasivo: os cortes no paciente são menores. São melhorias similarmente observadas às da cirurgia robótica, com o uso do Da Vinci, tecnologia também utilizada para o tratamento de tumores urológicos, colorretais e ginecológicos, do estômago, do esôfago, do pâncreas e do fígado. A escolha da técnica e do equipamento utilizados é realizada de acordo com a avaliação médica do caso.
Nem todos os casos, no entanto, são passíveis do uso desse procedimento. Quando a doença atinge um nível de extensão muito avançado, pode ser necessária uma abertura maior na região abdominal, impossibilitando a cirurgia laparoscópica.
Entretanto, a aplicação de todas essas vantagens para o tratamento dos tumores, na cirurgia oncológica, era uma questão controversa.
Isso, porque sempre houve a preocupação com a piora dos resultados do tratamento, quando comparado à cirurgia convencional.
Para pacientes com câncer, existiam dúvidas sobre as implicações imunológicas da cirurgia laparoscópica, a reprodução da radicalidade da cirurgia de corte reproduzida por técnicas laparoscópicas e, principalmente, o risco de recidiva da doença e o impacto negativo na sobrevida.
À medida que os estudos a nível mundial foram sendo realizados, e a experiência com a cirurgia minimamente invasiva, seja por laparoscopia, seja utilizando a plataforma robótica, foi aumentando, as dúvidas de que esse método de tratamento é seguro e apresenta as mesmas vantagens da aplicação nas cirurgias benignas foram diminuindo.
Considera-se, ainda, que a recuperação mais precoce da cirurgia laparoscópica oncológica permite que o paciente inicie outras etapas do tratamento mais rapidamente.
Os estudos, em grandes centros de cirurgia oncológica, indicam que um dos fatores mais importantes para o resultado do tratamento laparoscópico é a experiência do cirurgião em realizar procedimentos minimamente invasivos.
PÉRICLES OLIVEIRA
Cirurgião do Aparelho Digestivo | Cirurgião Videolaparoscópico | Cirurgião Bariátrico
CRM/PB 4113 | RQE 1988 | RQE 6141