A etimologia da palavra “ortognática” vem do grego antigo (orthós), que significa “em linha reta” ou “alinhado”, “correto”, “exato” e (gnáthos), que significa “maxilar”. A grosso modo, podemos, então, sugerir que ortognática seria maxilares alinhados, encaixados. Desta maneira, Ortognática é um procedimento cirúrgico, realizado em hospital, sob anestesia geral, que tem como objetivo principal a correção das imperfeições dentárias e faciais. A cirurgia pode ser isolada, ou seja, apenas na maxila ou na mandíbula, ou envolver ambos os maxilares, que denominamos cirurgia combinada (maxila, mandíbula e o queixo).
Existem várias causas para que os maxilares se desenvolvam de forma para mais (hiperplasia) ou para menos (hipoplasia), os quais denominamos deformidades craniofaciais. As causas mais comuns são fatores hereditários (pacientes com fissuras labiopalatais), malformações congênitas (sequência de Pierre Robin), pacientes sindrômicos (por exemplo, Treacher Collins), traumas faciais e hábitos (chupar dedos) e pessoas respiradoras bucais.
A discrepância dos maxilares pode ser apenas dentária, que será corrigida através de aparelhos ortopédicos e/ou ortodônticos, ou afetar, também, a parte óssea (base dos maxilares), sendo necessário, então, tratamento ortodôntico e cirúrgico.
Frequentemente, essas deformidades são motivos de alterações na qualidade de vida do paciente, já que, na maioria das vezes, podem desenvolver-se a partir da infância, provocando situações constrangedoras e bullying. Além disso, alterações no desenvolvimento dos maxilares podem levar a pessoa a ter dificuldades estéticas, alimentares e respiratórias (por exemplo, apneia do sono).
Quando recebemos o paciente para a primeira consulta, realizamos uma análise facial e dentária para determinar qual o tipo de deformidade (dentária, esquelética ou ambas). Avaliamos, também, exames de imagens (radiografias, tomografias e ressonância magnética) e, nos casos de pacientes com apneia do sono, a polissonografia é solicitada para avaliar a qualidade do sono desse indivíduo.
Uma das maiores dúvidas é com relação a melhor idade para se operar. O ideal é que o paciente já tenha terminado o crescimento, assim, mulheres a partir dos 18 anos e homens depois dos 21 anos. Exceções podem ser realizadas em pacientes mais jovens quando sofrem constrangimentos psicológicos, levando até mesmo a desistência e atraso escolar.
O tratamento é multidisciplinar e deve ser realizado, primeiramente, pelo ortodontista, montando o aparelho ortodôntico para preparar os dentes na melhor posição em relação às bases ósseas. Consultas com fonoaudiólogos e psicólogos podem ser necessárias, sempre acompanhado de toda a família. Passada essa fase do tratamento, realizamos, então, a cirurgia ortognática.
Uma coisa é certa: quando bem indicado o procedimento, os resultados são maravilhosos e os ganhos estético e funcional transformam a vida do paciente e de sua família, levando a um bem-estar físico e emocional.
Dr. Carlos Henrique Bettoni Cruz de Castro
Harmonização Orofacial
Cirurgia Bucomaxilofacial
Impante
CRO/PB 8625