Como a terapia alimentar pode ajudar no tratamento do Autismo

Alimentação é um assunto muito delicado e uma queixa comum dos pais com filhos com autismo. Além da angústia gerada nesse momento, também há o medo do risco das deficiências nutricionais provocadas pela dificuldade alimentar das crianças com TEA, o que é bem comum, pois recebem interferência direta de estímulos sensoriais – também chamada de defensiva sensorial ou super responsividade sensorial, é a reação exagerada a certas experiências de toque, muitas vezes resultando em uma aversão ou uma resposta comportamental negativa (Cermak, Curtin, Bandini, 1994).

As crianças com TEA têm maiores chances de apresentarem inflamações, alergias e problemas gastrointestinais. Por isso, é importante que sejam tratadas com uma alimentação anti-inflamatória.

Em 90% das pessoas com autismo são identificados problemas de disbiose intestinal, um desequilíbrio da flora bacteriana intestinal que pode provocar náuseas, diarreia, refluxo e flatulência. Devido a esses aspectos, é de suma importância o acompanhamento nutricional para que se tenha uma melhora na qualidade de vida, concentração e aprendizado.

Alimentos mais aceitos

De maneira geral, as crianças com TEA costumam evitar qualquer alimento que tenha gosto, cheiro, cor ou textura exuberante ou mais pronunciada. É o caso, por exemplo, de vegetais verdes, como brócolis e alface, e carnes, como os peixes. A maioria desses pacientes prefere alimentos secos e crocantes. pois os crocantes são mais fáceis de mastigar.

Opções difíceis de mastigar, como sanduíches e carnes, além de opções com temperaturas extremas (muito quentes ou muito frios), também costumam ser deixados de lado. Diferentemente, alimentos nas cores vermelho, amarelo e laranja podem ser bem aceitos, assim como os preparos com texturas mais palatáveis e moles como papinhas e vitaminas, que são mais fáceis de engolir. Alguns pacientes preferem esses tipos de alimentos.

 Convidar a criança para ajudar a comprar e a preparar a comida é importante para que, aos poucos, dessensibilizem-se e abram-se a novas possibilidades.

Procure estimular o consumo da maior variedade de alimentos para evitar deficiências nutricionais como a falta de vitamina e minerais.

As peças fundamentais para o sucesso do tratamento do autismo são amor, dedicação e, acima de tudo, compreensão de todas as pessoas que o cercam.

Janete Araújo Pereira Diniz
Nutricionista
CRN/PB 27247
FITO-057/CRN6

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