Cuidado Nutricional nas Doenças Inflamatórias Intestinais

As Doenças Inflamatórias intestinais (DII) são doenças crônicas que afetam o trato gastrointestinal. As mais comuns são a Doença de Crohn (DC) e a Retocolite Ulcerativa Inespecífica (RCUI). Não se sabe exatamente as causas das DII, mas sabe-se que existe relação entre fatores genéticos, ambientais e imunes. Os sintomas gastrointestinais característicos da doença podem levar a perda de peso severa, causando desnutrição, deficiências de proteínas, vitaminas e minerais, comuns na fase aguda da doença de Crohn. Na RCUI existem deficiências especificas, como anemia e ferro.

De 70% a 80% dos pacientes perdem peso durante a doença, levando a algum grau de comprometimento nutricional. A prevalência da desnutrição fica em torno de 23% dos pacientes clínicos e 85% dos hospitalizados. O cuidado nutricional é de extrema importância para qualquer doença inflamatória intestinal, tanto para prevenção como para tratamento. Estudos já observaram que a obesidade e o aumento da gordura visceral – maior acúmulo de gordura entre os órgãos – estão possivelmente relacionados ao desenvolvimento da doença. Alguns estudos afirmam que uma alimentação rica em açúcares, gorduras, baixo teor de fibra, baixa ingestão de água e o alto consumo de produtos industrializados, por conter componentes irritantes da mucosa intestinal, podem ser fatores de risco para o aparecimento ou agravamento da doença.

O Acompanhamento nutricional nas doenças inflamatórias intestinais é de extrema importância, pois tem como objetivos o controle dos sintomas, prevenção e correção da desnutrição e de possíveis deficiências nutricionais, tal qual a redução de sequelas, em longo prazo, como, por exemplo, a osteoporose. É comum esses pacientes durante o tratamento não se alimentarem bem, por isso a importância de uma consulta nutricional, pois nesses casos precisa-se de suplementação para evitar a piora da doença, podendo levar esse paciente ao óbito em casos extremos.

Ainda não se sabe ao certo o tratamento eficaz para a doença. Porém o que se sabe é que uma alimentação adequada, rica em fibras, gorduras boas, suplementação adequada, alto consumo de frutas e verduras, atividade física, consumo adequado de água podem não só prevenir, bem como ajudar no tratamento. Alguns estudos apontam o uso de probióticos e simbióticos para o tratamento das doenças inflamatórias intestinais, porém sem confirmação total de suas eficiências. Uma equipe multiprofissional, nesses casos de doenças relacionadas ao intestino, com acompanhamento periódico de exames laboratoriais e de imagem, ajudam não só a promover mais saúde, como prevenir o seu agravamento. Consulte um nutricionista especializado em tratamento da obesidade. Assim como foi visto em muitos estudos, excesso de gordura pode levar, além do aparecimento das doenças inflamatórias intestinais, várias outras doenças crônicas.

Dra. Mariana de Almeida Ferreira do Carmo
Nutricionista
CRN/PB 25269

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