Aline Sueth
Gente e Gestão do Grupo Elfa
- Gestão Corporativa Estratégica, Comportamento e Transformação Organizacional
- Atuando fortemente no engajamento das pessoas, liderou por cinco anos seguidos o Grupo Elfa para premiação Great Place to Work (GPTW)
- Atuou como executiva na Ambev por 16 anos
- Administradora de Empresas, com MBA em Gestão Empresarial pela FGV
- Qualificações em Finanças pela Fundação Dom Cabral (FDC)
- Gestão de Projetos pelo INSPER
- Aline Sueth é Química pela CEFET/RJ
Vivemos um marcante momento na história humana, impulsionado por uma pandemia que tem colocado holofotes sobre muitas questões relevantes da sociedade, com destaque inclusive para a importância dos profissionais da saúde.
Se o COVID-19 trouxe muita ansiedade e dores, também nos deixa bastantes ensinamentos, a possibilidade de ressignificar e excelentes oportunidades para transformações.
Em um cenário totalmente desconhecido, sem precedentes e de muita urgência, vimos médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares, assistentes, enfim, todos os profissionais especializados ou não da área e de seu entorno serem escalados para uma guerra universal:
humanos contra um vírus e seus efeitos colaterais randômicos”.
Não temos lembrança, nos registros do passado, de descrição similar a esta: profissionais da saúde de todas as áreas, setores e níveis sendo literalmente os únicos protagonistas, tendo que ir muito, mas muito, além dos deveres e compromissos do seu labor. Doando tempo irrestrito, a própria fé e, muitas vezes, a própria vida. Atitudes essas sequer monetizáveis, tudo por um propósito maior:
cuidar da vida do outro”.
Sem saber por quanto tempo essa guerra duraria, com a clareza de que o empenho teria que ser enorme, e os resultados e reconhecimentos, totalmente incertos, ninguém ponderou esforços. Esses profissionais partiram para cima e assumiram a missão sem pestanejar. Vestiram suas armaduras de heróis e estão, sim, protagonizando, sem temor e com louvor, o momento da história.
Apesar da beleza que existe por trás de todos esses fatos marcantes, passados já alguns meses do início da pandemia, devemos agora partir conscientes para uma outra fase e, de forma estruturada, endereçar os temas que emergem desse cenário:
Quem cuida de quem cuida? E como cuidar de quem cuida?
As respostas não são triviais, e não as encontraremos em uma pesquisa do Google, porque literalmente precisaremos construí-las.
O que sabemos é que, com certeza, passarão por um investimento de tempo, de recursos e de inteligências nos bastidores do grande e complexo universo da saúde. Introduzir conceitos de gestão e engajamento de pessoas, reconhecendo sem paradigmas que a gestão de humanos, em qualquer segmento, vai muito além do cumprimento das obrigações legais e de fornecer capacitações técnicas.
Está claríssima a importância da capacitação técnica para o desempenho, porém está, cada vez mais, evidente que os grandes diferenciais para alcançar resultados sustentáveis e saudáveis estarão no preparo emocional e comportamental dos profissionais. O que chamamos de softs skills.
Implementar sistemáticas assertivas de gerenciamento, sem subestimar a importância dos processos, que vão desde o recrutamento e seleção, passando pelos treinamentos para a função, pelo estabelecimento claro de objetivos e tarefas associados à função, pelo feedback transparente, constante e em mão-dupla, pelo reconhecimento e pela meritocracia, será essencial. Fundamental.
Que verdadeiramente possamos, mesmo diante de tantos desafios, oportunizar todos os acontecimentos para refletir, melhorar e crescer, evoluindo tecnologicamente e emocionalmente, para fazer o outro, e para ser, feliz!
