O termo disfonia é utilizado, para descrever qualquer alteração da qualidade vocal, frequência e intensidade, sendo um esforço vocal que prejudica a comunicação e a qualidade de vida do indivíduo. Apesar de vulgarmente apelidada de rouquidão, a verdade é que essa alteração é apenas uma das que completam o quadro.
São alterações da voz produzidas por algum problema no trato vocal, que compreende estruturas desde as cordas vocais até a cavidade oral. As cordas vocais estão situadas na laringe, um órgão localizado no pescoço. A disfonia pode afetar pacientes de ambos os sexos e de diversas faixas etárias, de modo que quase um terço da população será afetada por esse problema em algum momento da vida. A corrente de ar proveniente do pulmão é responsável pela vibração das cordas vocais, que dará origem à voz, quanto mais móveis forem as cordas vocais, melhor é a voz, qualquer alteração desse órgão que interfira nessa vibração, causando, por exemplo, um enrijecimento, modifica a qualidade da voz, deixando-a áspera, soprosa ou rouca.
Em um quadro de disfonia, o paciente pode apresentar esforço, para emitir a voz, cansaço ao falar, dificuldade em manter a voz, rouquidão, pouca resistência ao falar e perda da eficiência vocal. Podem ser classificadas, etiologicamente, em duas categorias: orgânica e funcional. As orgânicas são aquelas causadas por alterações estruturais (tumores, inflamação das cordas vocais e malformações da laringe), por alterações neurológicas (como paralisia das cordas vocais, doença de Parkinson e esclerose lateral amiotrófica) ou por outros aspectos não relacionados ao uso da voz, tal como o refluxo gastroesofágico/laringofaríngeo.
Quando não existe nenhuma causa estrutural ou neurológica, estamos perante uma disfonia não-orgânica, denominada de disfonia funcional. Nesse caso, pode ser decorrente de uso inadequado/abusivo da voz, de inadaptações vocais e de alterações psicogênicas.
O tratamento depende da causa. Nos casos em que a rouquidão é funcional, é tratada com recurso à terapia da fala (fonoterapia), na qual se aprende a utilizar a voz de uma forma mais adequada às necessidades, reduzindo os esforços e os danos à laringe. No caso de lesões mais complexas, como nódulos, pólipos ou suspeitas de malignidade, é necessário recorrer à cirurgia. Contudo, em qualquer um dos casos, as medidas de higiene vocal são fundamentais à prevenção e à cura da disfonia, são elas: evitar o uso vocal intenso e prolongado, reduzir o esforço vocal (tossir, pigarrear, gritar ou sussurrar), falar pausadamente e articular bem as palavras, descansar a voz, evitar usar a voz em contextos de infeção respiratória ou de crises de alergia, não fumar e evitar frequentar ambientes de fumo, reduzir a ingestão de álcool, de café, de chá e de bebidas com gás, evitar ambientes com pó, com cheiros intensos e com ar condicionado, bem como mudanças bruscas de temperatura. Ainda, é importante manter uma alimentação saudável e boa hidratação, ou seja, ter um estilo de vida saudável.
Se você está com algum desses sintomas, procure um OTORRINOLARINGOLOGISTA.
Emanuel Veras
Médico
CRM/PB 13022 CRM/SP 176329