É comum associarmos distúrbios do sono e ronco aos pacientes adultos e idosos. Entre- tanto, é importante salientar que esses problemas podem ocorrer em crianças e que isso tem impacto considerável na qualidade de vida e no desenvolvimento dos pequeninos.
A apneia do sono (pausa respiratória sequenciada durante o sono) aparece de 1,2% a 5,7 % na população pediátrica, sendo mais prevalente em crianças obesas, com alterações craniofaciais e em infantes com hipertrofia das amígdalas e adenoide.
Quais os sintomas da Apneia do Sono Infantil?
Os pais devem estar atentos ao comportamento da criança no período de sono: se tem ronco habitual (em mais de três noites durante a semana); se fazem pausas respiratórias; se apresentam atos de arquejar, engasgar ou sufocar durante a noite; se tem esforço para respirar; se demonstram incapacidade de dormir na posição horizontal; se respiram cronicamente pela boca ou dormem com extensão do pescoço. Ainda podem aparecer cefaleias (dores de cabeça) matinais e enurese secundária (xixi na cama) relacionada ao sono.
Quais os impactos desse problema?
Podemos descrever impactos imediatos, como sonolência diurna com dificuldade de concentração e mau desempenho escolar, além de hiperatividade. E existem ainda impactos de longo prazo, a exemplo de retardo no crescimento e alterações faciais secundárias à respiração oral.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico inicia-se com a consulta médica especializada onde questiono acerca desses sintomas e faço o exame físico específico para detectar o provável sítio de obstrução da via aérea. Devem ser realizados também exames complementares como a polissonografia e exames de imagem como Raio-X e Tomografia.
O que é o exame de polissonografia?
Esse é um exame que nos permite estudar o sono dos pacientes. Sempre explico que é como fazer uma foto de todo o sono para entendermos o que está acontecendo e como podemos resolver o problema detectado. Sem dúvidas, é o exame padrão ouro para detecção de Distúrbios do Sono Infantil.
Como é feito o tratamento?
O tratamento é algo extrema- mente individualizado, baseando-se no problema de cada paciente. Alguns pacientes beneficiam-se mais com o uso de aparelho de pressão positiva, tipo CPAP, enquanto outros necessitam de cirurgias. Mas é sempre importante contar com uma equipe multidisciplinar, envolvendo fonoaudiólogos e dentistas especializados em sono para se ter êxito no tratamento.
Dr. Arthur de Sousa Pereira Trindade
Otorrinolaringologista CRM/PB 8803 | RQE 5612
• Graduado em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
• Residência Médica em Otorrinolaringologia na UFRN.
• Membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia
e Cirurgia Cérvico-Facial.