Hospital Napoleão Laureano se consolida como maior centro oncológico da Paraíba.

E gestão aposta em tecnologia e transparência para manter conceito

O câncer é considerado uma das mais temíveis doenças pelo ser humano, e para quem passa por esse pesadelo, vencer esse mal chega a ter o gosto do triunfo da vitória em uma grande competição. Mais difícil do que receber a notícia que se tem a doença, é não ter a certeza do tratamento, mas na Paraíba, essa incerteza desaparece quando o paciente cruza as portas do Hospital Napoleão Laureano, que durante quase 60 anos nunca paralisou seu atendimento ao portador da doença.

Idealizado e sonhado pelo médico Napoleão Laureano, vítima dessa chaga chamada câncer, que, embora tenha visto nascer a fundação de mesmo nome, mantenedora do hospital, e com apenas três meses depois veio a falecer, não contou com a felicidade de ver o hospital ser erguido.

As dificuldades vivenciadas pelos pacientes de baixa renda portadores de câncer do interior do Estado, que padeciam debaixo das mangueiras na Praça Caldas Brandão (em frente ao Hospital Santa Isabel) e apostavam na sorte para receber atendimento de um conhecido médico, eram combustíveis para alimentar o sonho de Napoleão Laureano.

Ainda em vida, Napoleão Laureano construiu uma carreira sólida e com seu espírito solidário transformou amizades em laços de família. A semente da solidariedade foi plantada em quatro pilares humanos: o professor Mário Kröeff, o deputado Janduhy Carneiro, o senador Ruy Carneiro e o médico Jorge de Marsillac, imprescindíveis na concretização do seu sonho.

O médico e diretor financeiro da Fundação Napoleão Laureano, Antônio Carneiro Arnaud, primeiro diretor do hospital e também presidente da fundação, informou que o hospital nasceu com uma área de 3.500 m2, 50 leitos, um ambulatório com oito salas de exame, um acelerador linear, um tomógrafo comum e dois leitos de pediatria. O seu corpo clínico contava dentre outros profissionais, com uma enfermeira, 8 médicos e um dentista.

Atualmente, tem quase 16 mil m2, 152 leitos, um ambulatório com mais de 20 salas, um bloco de pediatria com 20 apartamentos, sala de fisioterapia, brinquedoteca, serviço de odontologia, entre outros.

O parque tecnológico do Laureano conta com três aceleradores lineares, dois tomógrafos, ressonância magnética, raio-X, gama câmara (cintilografia), mamógrafo, pet-scan, ultrassonografia, neuronavegador e braquiterapia de alta taxa de dose. Ainda na parte diagnóstica, o HNL conta com laboratórios de análises clínicas, laboratório de análises patológicas e, em breve, contará com laboratório de histocompatibilidade.

Já o corpo clínico conta com 55 enfermeiras, 100 médicos, entre outros. “Temos um competente corpo clínico que envaidece a medicina da Paraíba. O hospital nunca reduziu e nem parou os seus serviços, por isso é uma instituição que merece a credibilidade da população. Atendemos os doentes do SUS, aqueles com planos de saúde e ainda os pacientes particulares nos mesmos ambientes e com os mesmos médicos”, informou Antônio Carneiro Arnaud.

Ele ainda falou que toda a verba empregada, embora se utilize de uma ginástica financeira, é aplicada com muito critério, decência, respeito aos investimentos dos contribuintes e amigos colaboradores.

Carneiro Arnaud revelou que a pactuação com o SUS destina, por mês, pouco mais de R$ 4 milhões, uma verba muito importante, mas que não tem sido suficiente, pois quando chega o dia 15 de cada mês, o teto já está esgotado. “Temos contado com a ajuda das emendas dos parlamentares federais, das emendas impositivas dos vereadores de João Pessoa, da Assembleia Legislativa e, ainda, com as doações pela conta de energia, voluntários de algumas prefeituras, entre outros, mas tem meses que a conta não fecha”, revelou. “No momento estamos dentro de um quadro de equilíbrio, mas, às vezes, surgem despesas imprevisíveis, mesmo que tenhamos aporte do SUS, entre outros. O ideal é que todo o paciente do SUS que viesse, a fatura fosse paga pelo Ministério da Saúde, mas isso não acontece e, por esse motivo, precisamos que todos colaborem com essa corrente de amor ao próximo, amor ao paciente mais pobre, pois procuramos oferecer ao usuário o que há de melhor no hospital”, apelou o diretor financeiro da Fundação Napoleão Laureano.

Depois de se firmar como o maior e melhor centro oncológico da Paraíba e experimentar um crescimento exponencial, o Hospital Napoleão Laureano, às vésperas do seu aniversário de 60 anos e com ampla expertise no mercado médico, agora entra na fase da Governança Corporativa para manter o atendimento e planejar novas etapas de crescimento, pois tem capacidade de quase dobrar o atendimento.

O presidente da Fundação Napoleão Laureano, Marcelo Pinheiro Lucena, disse que assumiu a gestão da fundação há cinco meses e recebeu um hospital perfeitamente equipado, com uma infraestrutura de 1.000 m2 para ambulatório e mais 1.000 m2 para montar um laboratório.

Ele informou que chega para modernizar a gestão financeira e administrativa e, ainda, gerir da melhor forma os recursos, fazendo a otimização da verba e enxugando os custos existentes para que se mantenha um hospital equilibrado financeiramente e que consiga, também, manter toda a sua estrutura com o teto que recebe da administração pública.

“Temos a capacidade de ampliar o atendimento, mas há mais de 10 anos o valor do teto está defasado. O hospital tem a capacidade para atingir o teto de atendimento de R$ 5 a R$ 6 milhões. Só a radioterapia tem um teto de R$ 500 mil por mês, e nós temos a capacidade de dobrar o teto para ampliar o atendimento”, acrescentou o presidente da Fundação Napoleão Laureano.

Marcelo Pinheiro ainda destacou que a fundação está trabalhando e articulando o credenciamento do pet-scan junto a Secretaria de Saúde de João Pessoa, para que possa receber os recursos e passar a fazer os exames nos pacientes.

Ele disse que apesar de receber doações de 30 prefeituras, espera conseguir a adesão das demais no Estado e a Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup) tem ajudado muito na sensibilização e articulação com esses entes públicos. O hospital também tem um convênio com o Governo do Estado. “Queremos agradecer às Câmaras Municipais pela aprovação das leis para que as prefeituras possam fazer as doações. Se a agente conseguir receber um pouquinho de cada prefeitura já faz muita diferença”, destacou Marcelo.

Outra iniciativa apontada pelo gestor da fundação foi a celebração, recentemente, de um convênio com a superintendência do Sebrae, na Paraíba, para a modernização da gestão do hospital, onde a unidade será inserida na modalidade de gestão das grandes empresas, obedecendo um planejamento estratégico que já está sendo executado e terá duração de cinco meses.

“Esse trabalho prevê a capacitação dos colaboradores, que diariamente já estão sendo treinados, e ainda serão implantadas diretrizes, processos e toda a organização da parte administrativa e assistencial para que consigamos excelência no atendimento e a conquista da certificação ISO 9001.  Nisso, o Sebrae tem expertise nacional e está sendo custeado por esse grande parceiro, pois não teríamos a condição financeira e isso é um marco da gestão”, relatou o presidente da fundação.

Ainda conforme Marcelo Pinheiro, com essa certificação o hospital vai estar preparado para receber recursos internacionais, como também conseguir outros tipos de selos de qualidade. Prestar contas do que se investe também tem sido uma marca da atual gestão, ao adotar um modelo moderno de transparência. Para isso, a divulgação é feita nas redes sociais do hospital, como também por meio do relatório de governança corporativa. “A sociedade precisa saber em que está investindo e já conseguiu identificar que é bem empregado o recurso doado, por isso vem nos ajudando mensalmente com suas contribuições”, lembrou

Enquanto a parte administrativa recebe investimentos para modernização, a área assistencial, coração do hospital, não poderia deixar de acompanhar as intervenções da atual gestão, pois se o serviço já é bom, agora está se tornando ainda melhor.

“Filho da casa”, o oncologista e diretor geral do Hospital Napoleão Laureano, Dr. Thiago Lins de Almeida, também com um pensamento moderno e coração generoso, vem cuidando de cada detalhe da unidade, desde a humanização dos colaboradores, com o olhar de cuidar de quem cuida, à implantação de ferramentas tecnológicas em benefício dos pacientes.

Para otimizar o atendimento e gerar mais conforto e qualidade de vida ao paciente, com a diminuição de 20% nas filas, Dr. Thiago Lins criou um aplicativo inédito no mercado, chamado Oncall, ainda em fase de teste, e doou ao hospital.

No software de solução (ou aplicativo), instalado no próprio celular do paciente, são cadastrados todos os seus dados, registrado o seu tratamento com detalhes, como o calendário de agendamento, as orientações de quando serão os próximos ciclos do tratamento, próxima cirurgia, as reações da quimioterapia, os aspectos psicossociais que tem enfrentado, controle de exames, controle de sinais vitais como pressão arterial, frequência cardíaca, entre outros.

O diretor geral do HNL informou que o aplicativo serve como guia de bolso para que o médico consiga essa parametrização de onde o paciente estiver. “São dados importantes de comunicação com o hospital e que vão reduzir a necessidade de vinda à unidade hospitalar por complicações evitáveis, acalmando o paciente em algumas situações onde ele achar que são graves, mas sejam mais simples.”

Dr. Thiago Lins ainda informou que o aplicativo permite o envio e recebimento de documentações e fotografias.

Outros benefícios apontados pelo criador da tecnologia é que também pode ser usada para consulta por telemedicina, tem a segurança de dados do paciente como o diagnóstico, as complicações, receitas e atestados, que precisam ser preservados.

“É uma solução fantástica que evita o deslocamento do paciente de uma cidade distante para pegar na capital um atestado e outros documentos, por exemplo. Isso vai evitar danos social e econômico ao paciente e, ainda, a saturação do hospital, que é grande, mas tem limites, pois diariamente circulam mais de 500 pacientes e, com isso, poderemos reduzir as filas de tratamento e oferecer oportunidades a outras pessoas”, destacou o diretor geral do HNL.

Dr. Thiago Lins falou que se sente muito honrado com a missão de ter assumido a direção geral da unidade e em ter o compromisso de não só tratar dezenas de pacientes, mas ser responsável para que milhares consigam ter o melhor serviço no hospital.

Ele informou que o hospital tem avançado em tecnologia e possui o maior parque tecnológico para diagnóstico em oncologia na Paraíba. “É o único hospital que tem todos os exames na sua área de ação, com capacidade ampliada de diagnóstico.”

Ele lembrou que, embora o hospital seja um Centro de Alta Complexidade Oncológica (CACON), também atua na prevenção primária e secundária, mas o carro-chefe da unidade é o tratamento oncológico.

Segundo o diretor geral do HNL, a unidade possui 142 leitos e não é necessária a ampliação dos leitos. “Uma análise diária e trimestral é feita para termos o controle da taxa de ocupação. A gestão de leitos permite que sejam bem utilizados”, disse.

Com a pandemia, no ano passado, a unidade sofreu redução de 20% no atendimento, mas manteve toda a sua estrutura clínica e assistencial funcionando. O HNL tem cumprido a obediência da lei dos 60 dias, para que o paciente diagnosticado com câncer faça seu primeiro tratamento dentro desse período.

Dr. Thiago Lins destacou que o diagnóstico precoce é a maior ferramenta para a cura do câncer.  Em doenças como câncer de mama, próstata e pulmão, as chances de cura são superiores entre 90% a 95% dos casos. “Nos outros tipos de câncer inicial, as chances de cura são maiores que 90%”, disse.

O HNL acompanha o perfil nacional que são os pacientes com câncer de mama e de pele, que é o mais incidente e mais simples de ser diagnosticado e tratado, como também o câncer de próstata e de pulmão. “Quando o paciente tem suspeita da doença, ele pode procurar o hospital para realizar consultas, diagnóstico, tratamento, mas ele precisa ser regulado após a comprovação da patologia pela biópsia”, detalhou.

HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO

Se o sino é usado nas igrejas para chamar os fiéis para o ato religioso e, em diversos lugares, informar as horas, no Hospital Napoleão Laureano foi implantado pela atual gestão para ressoar boas novas: a finalização do tratamento da quimioterapia.

Dr. Thiago Lins lembrou que o instrumento foi implantado na sala de quimioterapia e, ao finalizar as sessões deste tipo de tratamento, o paciente se levanta e aciona o sino. “Com essa atitude, transmite coragem aos demais pacientes que veem ali um gesto de esperança para continuar no tratamento quimioterápico, e o corpo clinico vê a gratidão e o reconhecimento do seu trabalho”, contou emocionado.

Outras ações de humanização têm atendido os pacientes, como musicoterapia, fisioterapia com reabilitação, terapia ocupacional, atos ecumênicos, organização e ambientação dos espaços internos, cafeteria, além de o hospital já ter iniciado a implantação de um sistema de som que executará músicas na área interna para acalmar o usuário.

CORAL BELA VOZ

Quem canta seus males espanta: essa afirmativa vem sendo vivenciada por pacientes que foram submetidos a uma laringectomia total no HNL, que é a retirada completa da laringe por conta de um tumor avançado na área. E um grande incentivo vem do setor de fonoaudiologia, que com o apoio da Psicologia e Fisioterapia, formou o Coral Bela Voz. Essa é mais uma ação de humanização do hospital.

Mais uma vez, a tecnologia e a ciência são usadas em favor do paciente, melhorando sua condição e qualidade de vida, quando o organismo não tem mais a capacidade de funcionar naturalmente, por conta das doenças e das suas sequelas.

No processo de reabilitação de pacientes, a coordenadora do setor de Fonoaudiologia, Vívian Lisboa, percebeu uma maneira de contagiar positivamente os demais pacientes com tumor de laringe, que vinham para a cirurgia debilitados, psicologicamente, ao acharem que nunca mais voltariam a falar.

Segundo a coordenadora do setor de fonoaudiologia do HNL, a laringectomia total e traqueostomia definitiva acarretam a perda completa da voz laríngea e para voltar a falar existem três tipos de reabilitação: a voz esofágica, a laringe eletrônica e a prótese traqueoesofágica.

“A demanda vinha aumentando e percebemos que um ia vivenciando a situação do outro, ajudando muito na reabilitação. Hoje, temos 37 pacientes que estão ativos no coral, porém não estamos realizando a reabilitação coletiva e apresentações, em razão da pandemia”, informou.

O coral é formado por pacientes que moram em municípios do interior e da capital, que já concluíram o tratamento ou não. O grupo já participou de várias apresentações, a maioria das vezes na capital e algumas em Campina Grande. Uma das apresentações de destaque aconteceu no Festival Nacional de Coros na Paraíba, no Espaço Cultural. “A inspiração da formação do coral nasceu da vontade de vê-los falarem e se comunicarem com a família. No coral, os pacientes melhoram a qualidade de vida e se sentem importante e úteis. Não é só o canto, mas a socialização ajuda muito na reabilitação”, informou Vívian Lisboa.

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