Eis a COVID 19.
O mundo está lidando, no decorrer de 2020, com a Pandemia (declarada pela Organização Mundial da Saúde) causada pelo vírus SARS-COV 2.
Sem dúvidas, a maior crise mundial desde a 2ª. Guerra.
Os desdobramentos ainda não são mensuráveis, mas, com toda certeza, impactarão toda a população mundial.
E, com a pandemia, experimentamos o ressurgimento do verdadeiro conceito do Profissional de Saúde na nossa sociedade.
É inegável que os Profissionais de Saúde haviam sofrido profundos desgastes em sua imagem e por que não dizer, em sua atuação valorativa, no seio da sociedade, sobretudo, na última década?
É bom frisar que não se discute o papel da massificação do consumo e dos procedimentos de saúde, que, por si só, contribuem com o desgaste relacional entre Profissional de Saúde-Paciente.
O debate vai mais além dessas relações particularizadas.
O cerne é como o Profissional de Saúde era visto, considerado e valorizado em sua atuação em benefício à sociedade.
A atuação, desde os tempos idos, mantivera estalão quase inatingível, sob uma áurea de entendimento coletivo de retidão moral, ética e de abnegação.
Contudo, em nosso País, tudo há de resultar em culpados.
Infelizmente houve a falência dos serviços públicos de saúde, no Brasil, e tudo isso se deu por uma série de fatores, tais como: omissão política, falta de planejamento, corrupção etc.
No entanto, o enredo forjado foi o de culpabilizar os Profissionais de Saúde, tudo isso amparado em 2 (dois) fatores (que são falsos), que seriam: remuneração e falta de comprometimento com o serviço.
O enredo formado tinha como pano de fundo (logicamente) medidas populistas, pois, além de ser fácil, é mais factível lançar à população a ideia de que os Profissionais de Saúde são descompromissados e gananciosos, ao invés de enfrentar, de modo responsável, os problemas dos serviços de saúde do País.
Quem não se recorda do embuste do chamamento de médicos cubanos e de outros países, em detrimento da hipotética falta ou recusa de profissionais brasileiros?
Por uma sequência de anos, os Profissionais de Saúde foram estigmatizados, achacados e, muitas vezes, assediados e agredidos.
Era comum termos notícias de agressões a médicos e a Profissionais de Saúde, e o real motivo, ou melhor, combustível, foi uma política vil, insistente e desmedida do Governo Federal, até determinada época, contra os Profissionais de Saúde.
Eis que sobreveio a Pandemia pelo vírus SARS-COV 2.
E sim, em que pese o cenário triste social e da saúde, os Profissionais de Saúde mostraram uma altivez incrível em uma árdua e difícil tarefa, na linha de frente de uma guerra contra um inimigo relativamente desconhecido.
Enquanto os políticos e os empresários enxergaram um território livre para corrupção, em lado diametralmente oposto, os Profissionais exerceram seus votos profissionais e mister, com destreza e com afinco, na linha de frente, em Unidades de Saúde, em Ambulatórios e em Hospitais.
Foi revelada (de uma vez por todas) a verdadeira face da atuação valorativa dos Profissionais de Saúde no Brasil, qual seja: retidão moral, ética e abnegação.
Por tudo isso, que o ressurgimento do ideal de abnegação e de retidão moral dos Profissionais de Saúde se perpetue na sociedade, em geral, desmistificando o tom obscuro imposto em desfavor desses profissionais (ora atribuído por políticas públicas populistas), pois esses são atores fundamentais para equilíbrio, pacificação, segurança, tranquilidade e qualidade de vida de toda a população.
De um momento de tristeza, de lutas e de perdas, com toda certeza, podemos inferir que temos heróis… Profissionais de Saúde.
LANDOALDO FALCÃO DE SOUSA NETO
Advogado