Terapia ABA para o Autismo: uma realidade baseada em evidência científica

Crianças, em geral, dão os primeiros sinais de autismo logo no primeiro ano de vida. Esse é um difícil transtorno para as crianças e para suas famílias, mas a perspectiva atual é muito melhor que a da geração passada. Naquela época, a maioria das pessoas com autismo eram internadas em instituições, mas hoje, com o tratamento correto, muitos dos sintomas do autismo podem melhorar, além de essa maioria conseguir viver com suas famílias e em sociedade.

Uma vez diagnosticado o autismo, o paciente e sua família enfrentam mais uma barreira: a busca pelo tratamento. As dificuldades residem, sobretudo, na falta de profissionais preparados para lidar com o transtorno.

Duas décadas de pesquisas com crianças autistas têm demonstrado que as intervenções comportamentais intensivas podem levar a melhorias a curto e a longo prazo. Estudos já publicados demonstraram “fortes evidências” de eficácia da terapia ABA no tratamento do autismo.

A análise do comportamento não se trata de um método, como frequente e equivocadamente é referenciada. Na verdade, trata-se de uma ciência voltada especificamente para a pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e serviços de intervenção comportamental, com o intuito de contribuir para a solução dos problemas comportamentais concretos.

Mediante avaliação do repertório do sujeito, prévio planejamento da intervenção com aplicação intensiva de programas comportamentais, contínuo acompanhamento do desenvolvimento do sujeito e supervisão dos profissionais envolvidos objetivam a mudança de comportamentos,  como o enfraquecimento de comportamentos  disruptivos e desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais, motoras etc.

A terapia ABA é baseada no conceito de que crianças com autismo têm grandes dificuldades de aprendizagem, como aprender por imitação e seguir instruções. Inicialmente, a terapia ABA foi administrada em uma alta intensidade, ou seja, 40 horas semanais. Com seus estudos, Lovaas comprovou que quase 50% dos indivíduos tratados alcançaram melhoras significativas após 2 ou 3 anos de intervenção, e mantiveram esses ganhos quando avaliados novamente aos 7 anos. Em sua pesquisa, Lovaas sugeriu que essas crianças não foram “curadas”, mas muitas mostraram comportamentos indistinguíveis de outras crianças neuro-típicas.

TERAPIA COMPORTAMENTAL ABA

Primeiramente, é importante mencionar que a terapia ABA não é uma Terapia Experimental. A análise do comportamento é uma ciência natural formulada pelo psicólogo americano B. F. Skinner, que estudou o comportamento humano a partir da interação entre organismo e ambiente. A terapia ABA existe há mais de 60 anos e tem vasto suporte de inúmeras pesquisas científicas já publicadas na área.

Existe uma variedade de tratamentos, cientificamente suportados e não suportados, para o autismo.  Apenas um tratamento – a Análise Aplicada do Comportamento (ABA) – tem sido cientificamente apoiado e endossado pela Secretaria de Saúde dos EUA (Surgeon General), pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos (1999) e pelo Conselho de Pediatria dos Estados Unidos. É importante reiterar que a terapia ABA é o único tratamento com eficácia comprovada.

A terapia ABA é simplesmente a aplicação de princípios comportamentais às situações cotidianas, que, com o tempo, aumenta ou diminui comportamentos específicos. O ABA tem sido usado para ajudar as pessoas a adquirirem várias habilidades, tais como:

  1. Trabalhar os deficits, identificar comportamentos em que a criança tem dificuldades ou até inabilidades e que prejudicam sua vida e sua aprendizagem;
  2. Diminuir a frequência e a intensidade de comportamentos indesejáveis ou inadequados, por exemplo: agressividade, estereotipias, birras e outros que dificultam o convívio social e a aprendizagem desse indivíduo;
  3. Promover o desenvolvimento de habilidades sociais, comunicativas, adaptativas etc;
  4. Promover a qualidade de vida por meio de comportamentos socialmente desejáveis;
  5. Habilidades de imitação e habilidades motoras;
  6. Habilidades de percepção visual e de comunicação;
  7. Atividades da vida diária (por exemplo, utilizar o banheiro independentemente, vestir-se e escovar os dentes);
  8. Habilidades comunitárias e de segurança (por exemplo, atravessar a rua com segurança, fazer compras e cozinhar);
  9. Instrução em grupo, atenção compartilhada e muitas outras habilidades;

Diante de todo esse exposto entendemos a importância e relevância das terapias baseadas em evidencia científica para os tratamentos. Passamos recentemente por uma pandemia sem precedentes e só estamos vivos graças à ciência, aos estudos e a eficácia garantida através deles.

Procurem profissionais capacitados, exijam experiência e vamos aproveitar o máximo que a ciência do comportamento tem a nos proporcionar!

Aba é Vida!

Dra. Karla Albuquerque de Brito Pereira
Analista do Comportamento
CBO?PB 2394-25

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