A articulação temporomandibular (ATM) é, certamente, uma das mais complexas articulações do corpo humano e, como parte do sistema estomatognático, está diretamente relacionada às funções fisiológicas gerais e atividades funcionais, como falar, mastigar e deglutir.
As forças atuantes ao redor da ATM podem causar injúrias, favorecendo o aparecimento da DTM. Muitas são as denominações utilizadas para designar a condição dolorosa musculoesquelética orofacial: DTM (disfunção temporomandibular), síndrome de Costen, síndrome da ATM, disfunção mandibular, síndrome da dor e disfunção miofacial, desordens craniomandibulares e disfunção craniomandibular.
ETIOLOGIA
A etiologia e patofisiologia dessa desordem ainda são pouco conhecidas, tendo origem multifatorial. Assim, a DTM gira em torno de uma interrelação entre três fatores: psicocomportamentais, oclusais e neuromusculares. Os fatores psicocomportamentais ou psicossociais, como ansiedade, estresse e depressão, são considerados como os principais fatores etiológicos.
SINTOMATOLOGIA
Os sintomas mais frequentes relatados pelos pacientes com DTM são dores na face, articulação e/ou músculos mastigatórios. A dor de cabeça pode ser resultado das estruturas temporomandibulares. Outras manifestações são: zumbido, plenitude auricular, otalgia, tonturas, desarranjo no disco articular com redução, que é caracterizado pela presença de estalidos durante a abertura e fechamento da boca, e desarranjos sem redução, que refletem uma limitação na abertura bucal.
DIAGNÓSTICO
Ainda não há método confiável de diagnóstico e mensuração da presença e severidade da DTM. A anamnese continua sendo o passo mais importante na formulação da impressão diagnóstica inicial. O cirurgião buco-maxilo-facial deve avaliar fatores cognitivos (expectativas e significados), sociais e psicológicos (ansiedade, depressão e estresse), pois muitos casos de DTM têm substrato emocional, sendo necessário o encaminhamento para atendimento psicológico.
O exame físico, a polissonografia e os exames de imagens da ATM são tidos como meios auxiliares importantes na avaliação da ATM e estruturas associadas.
Tratamento
O tratamento tem como objetivos: controle da dor e recuperação da função do aparelho mastigatório, além de reeducar o paciente e amenizar cargas adversas que perpetuem o problema.
A respiração e a postura exercem papéis importantes na DTM, sendo a reeducação em relação a esses fatores relevante no tratamento. A terapia medicamentosa com opioides, anti-inflamatórios, antidepressivos e anticonvulsivantes, quando corretamente empregados, são importantes auxiliares.
O tratamento cirúrgico da ATM é necessário em casos específicos, tais como anquilose, fraturas e determinados distúrbios congênitos ou de desenvolvimento dessa articulação.
Dr. Júlio Leite de Araújo Júnior
Cirurgião Bucomaxilofacial
CRO/PB 6526