A articulação Temporomandibular (ATM), o zumbido no ouvido e a fisioterapia

A articulação temporomandibular (ATM) é a estrutura, no corpo humano, responsável por movimentos de abertura e de fechamento da boca, por exemplo. Está bem próxima à orelha, por isso, pode-se dizer que orelha e ATM são vizinhos que se amam intensamente. De fato, a relação íntima não se dá apenas pela proximidade espacial, a história de formação embriológica e evolutiva também se faz clara e, em algumas situações de dor, de disfunção e de doenças, esses dois amigos são extremamente solidários um com o outro, o que não é tão agradável para nós. 

Fatores musculares e/ou articulares da ATM podem estar envolvidos nas chamadas disfunções da articulação temporomandibular (DTM). Segundo um estudo alemão, publicado no The Journal of Prosthetic Dentistryno ano de 2014, a presença da DTM, na história clínica de uma pessoa, pode aumentar em até 8x mais o risco de desenvolver zumbido no ouvido. Em outra pesquisa, na Bélgica, os autores demonstraram que tratar a disfunção da ATM em indivíduos que também apresentam zumbido pode levar à melhora desse último. Outras comorbidades podem estar associadas às DTMs, como as cefaleias, a fibromialgia e dores generalizadas, o  que nos faz pensar em como nosso corpo é integrado e o quanto isso exige do profissional de saúde uma ampla gama de conhecimentos, além das concepções anatômicas e fisiológicas, às quais se dedica com mais afinco. 

Ademais, devido à relação tão estrita entre a orelha e a articulação da mandíbula com o crânio (ATM), o fisioterapeuta especialista na área deve incluir, na avaliação para diagnóstico do zumbido somatossensorial, a avaliação funcional da ATM. Geralmente, os casos de dor articular ou muscular podem ter relação com o barulho tão incômodo no ouvido. Com isso, a partir do que for encontrado no exame fisioterapêutico, traça-se a conduta adequada. O tratamento poderá ser feito por meio de terapias manuais, de recursos elétricos e de térmicos, para tratar os diversos tipos de problemas da referida articulação, de acordo com suas origens. O segredo, para alcançar um bom tratamento, estará sempre no contínuo processo de diagnóstico, tanto para os casos de zumbido quanto para os casos de DTM. 
 
Tenho, em meu histórico como fisioterapeuta, casos de diminuição significativa de zumbido, através do tratamento conservador da DTM, e o que posso afirmar sobre o assunto é que ambas as condições diminuem substancialmente a qualidade de vida do paciente. Então, quanto mais precisa for a identificação correta do problema, mais cedo o indivíduo poderá ter a melhora tão desejada. 

ERIKA GALIZA BRITO DE CARVALHO
Fisioterapeuta

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