Bruxismo e Fisioterapia

Quando o caro leitor ouve falar em bruxismo, a lembrança de dentes rangendo provavelmente deve vir à mente de forma automática. E com razão, pois a definição dada para o bruxismo é a atividade parafuncional muscular da mandíbula, a qual inclui o hábito de apertar, de ranger, de comprimir ou de encostar os dentes. Isso significa que os sintomas ocorrem de forma involuntária e sem uma causa que possa ser totalmente esclarecida. Os que sofrem desse tipo de problema podem ter como consequências desgaste dos dentes, dores na região da face, do pescoço e dores de cabeça. Inclusive, podem ter outros sintomas agravados, como o zumbido no ouvido.

A associação entre bruxismo, estresse, ansiedade, depressão e outros transtornos de humor é evidente e bem pesquisada. Ainda, para profissionais de saúde e para pesquisadores na área, a pandemia da COVID -19 trouxe um aumento considerável de pessoas com queixas de apertamento dentário, de dores na face e de ranger de dentes à noite e durante o dia. Esse aumento se deve a um conjunto de fatores, consequência das inúmeras mudanças em nosso estilo de vida, após a instalação da situação social em relação ao corona vírus.

A ansiedade gerada pelo isolamento social e pelas mudanças no ritmo e nas modalidades de trabalho, na rotina familiar, na alimentação e no sono teve impacto concreto na saúde de milhares de pessoas. As mudanças exigidas pelo novo normal demandaram adaptações repentinas o suficiente, para deflagar problemas de saúde, como o bruxismo.

O tratamento desse tipo de problema inclui utilização de técnicas de relaxamento e de reeducação da musculatura mastigatória, manipulação articular da mandíbula, uso de laser para analgesia em região da face, da nuca, da cabeça e do pescoço, exercícios de alongamento para o pescoço, para a ATM, para a coluna, dentre outros recursos terapêuticos que têm o objetivo de minimizar as consequências do comportamento involuntário provocado pelo bruxismo. Há uma parte do tratamento que dependerá exclusivamente do próprio paciente: criar o hábito de relaxar a mandíbula e de deixá-la em posição de relaxamento, ou seja, lábios encostados, dentes desencostados e a língua tocando o céu da boca. Há também os comportamentos que devem ser evitados: roer unhas, morder tampa de caneta, encostar a mão no queixo e mascar chicletes por longos períodos são alguns deles.

Como já sabemos tratar-se de uma situação multifatorial, o paciente será beneficiado com uma abordagem multiprofissional, em que cada especialista poderá contribuir dentro de seu campo de atuação para a melhora da pessoa com bruxismo. Por isso, o trabalho de cada profissional deve ser complementado pelo do outro, para que o tratamento seja efetivo, e os seus efeitos, duradouros.

Erika Galiza de Brito
Fisioterapeuta
CREFITO 255581F

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