Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo que mais acomete e mata mulheres no Brasil, excetuando-se os tumores de pele. Nesse cenário, é fundamental que conheçamos os fatores associados a um maior risco da doença.
O principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de mama é ser mulher, uma vez que 99% dos casos ocorrem no sexo feminino. Dados da Sociedade Americana de Câncer (American Cancer Society) estimam que a possibilidade de uma mulher apresentar câncer de mama, ao longo da vida, é de 12,5%, ou seja, uma em cada oito mulheres que viverem até os 75 anos serão diagnosticadas com câncer de mama.
Além do sexo feminino, devemos ficar atentos a outros fatores, como:
- Idade maior que 50 anos (apesar de o câncer de mama poder ocorrer em mulheres mais jovens, o risco aumenta com o avançar da idade);
- Raça e etnia (o risco é maior entre mulheres brancas e menor entre hispânicas e asiáticas);
- Histórico familiar de câncer de mama e/ou de ovário (mas atenção! O câncer de mama hereditário corresponde a apenas 5% a 10% dos casos da doença. Em 90% a 95% dos casos, ele ocorre de forma esporádica, isto é, por mutações adquiridas ao longo da vida. Logo, o fato de você não ter histórico familiar não significa que está isenta do câncer de mama);
- Histórico pessoal de câncer de ovário, de endométrio ou de cólon (intestino grosso);
- Mamas densas na pós-menopausa (esse é um achado identificado na mamografia, podendo elevar o risco de câncer de mama entre quatro e seis vezes);
- Histórico de irradiação torácica antes dos 30 anos (por exemplo, pacientes que fizeram radioterapia para tratamento de linfoma);
- Histórico pessoal de hiperplasia ductal atípica, de hiperplasia lobular atípica ou de carcinoma lobular in situ (esses achados podem ser identificados após realização de biópsias mamárias);
- Mutação dos genes BRCA 1 e BRCA 2 (as mutações desses genes, entre outros, aumentam o risco de câncer de mama e de ovário);
- Obesidade (principalmente, quando ocorre após a menopausa);
- Sedentarismo (para combatê-lo, procure realizar 150 minutos de atividades moderadas ou 75 minutos de exercícios vigorosos, divididos entre os cinco dias da semana);
- Consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
- Não ter filhos ou tê-los após os 30 anos;
- Menarca precoce (primeira menstruação antes dos 12 anos);
- Menopausa tardia (após os 55 anos);
- Uso de reposição hormonal para tratamento de sintomas da menopausa (a indicação da terapia deve ser individualizada e acompanhada rigorosamente por médico ginecologista e mastologista);
- Uso de anticoncepcionais (na maioria dos casos, esse aumento é mínimo, quando comparado ao benefício que eles trazem. Por isso, não há necessidade de suspendê-los, quando bem indicados).
Mas atenção! Caso você apresente um ou mais desses fatores, não há motivo para pânico! O melhor a fazer é procurar ajuda de um Mastologista, o médico especializado no cuidado das mamas, para que possa ser feita uma avaliação completa e sejam tomadas as medidas necessárias e voltadas para o seu caso!
Identificar os fatores de risco, eliminando aqueles modificáveis, bem como lutar pelo diagnóstico precoce, é a maneira mais eficaz de combater o câncer de mama.
ROSSANA PAIVA
Mastologista
CRM/PB 7334 | RQE 1913
RAFAELA MONTENEGRO
Mastologista
CRM/PB 8126 | RQE 5333