John Myers foi um médico norte-americano que propôs o uso de vitaminas e minerais de forma endovenosa como proposta de tratamento para uma enorme variedade de doenças. Após sua morte, muitos pacientes continuaram buscando as famosas injeções de nutrientes, já que muitos deles estavam fazendo controle de suas doenças com o médico há mais de 25 anos. Dentre os problemas que Myers costumeiramente tratava, estavam a fadiga, depressão, dor no peito e palpitações, que eram bem controladas com as injeções.
A composição do famoso coquetel era um mistério, já que havia uma escassez de publicações e informações a respeito. Supunha-se, por relatos, que Myers aplicava por via endovenosa, em uma seringa de 10 ml, uma combinação de vitaminas, como tiamina, vitamina B6, C e B12 e minerais como o gluconato de cálcio e o pantotenato de cálcio.
Com o tempo, os médicos sucessores de Myers foram adaptando o coquetel, ora eliminando o ácido clorídrico, ora aumentando a vitamina C, de forma empírica. Em um período de 11 anos, aproximadamente, 15 mil injeções foram administradas em quase 1000 pacientes. Dentre as doenças que tinham um ótimo controle com o Myers, estavam ataques de asma, enxaquecas, fadiga crônica, fibromialgia, rinite, angina, alterações da glândula tireoide e dores menstruais.
Durante as últimas duas décadas, inúmeros relatos de médicos que utilizam o Myers foram publicados, no entanto, faltam estudos científicos que sejam controlados e, a longo prazo, que comprovem de forma rigorosa o uso do coquetel.
A grande vantagem da administração endovenosa dos nutrientes está relacionada à concentração destes no sangue. Essa é a chave para entendermos a terapia de nutrição endovenosa. Quando o nutriente entra no corpo pela via endovenosa, ele atinge o máximo possível de quantidade circulante no corpo pelo sangue. Sendo administrado pela via intramuscular ou pela via oral, há um limite para a absorção, por isso é difícil medir com precisão a quantidade de nutriente que vai parar no sangue e a quantidade que vai ser eliminado por não ter sido absorvido.
Um exemplo utilizando a vitamina C. Quando há ingestão diária de vitamina C, ela é aumentada em 12 vezes, de 200 mg/dia para 2.500 mg/dia. A quantidade no sangue aumenta em 25%, atingindo um pico no sangue de 9,3 mg/dL. Já quando a administração é endovenosa, esse pico passa a ser de 80 mg/dL no sangue. A partir disso, essas vitaminas e minerais exercem seus papeis no organismo, com as doses adequadas calculadas e administradas pelos médicos.
Dessa forma, é possível garantir que a quantidade ideal de nutrientes seja ofertada para o organismo, diferente da suplementação intramuscular ou oral. Assim, as funções fisiológicas no corpo e o tratamento de doenças podem ser o mais efetivas possíveis.
CAMILO BRUNO ALVES RAMALHO
Nutrologia | Medicina Regenerativa
CRM/PB 9933