Famílias no processo terapêutico

Quando pensamos em terapia, caímos no erro de colocar no processo apenas os terapeutas e seus pacientes. Imaginamos, de início, que essa dupla conseguirá fluir com êxito em sua jornada e que o papel das famílias se resume a levar o paciente até seus terapeutas. Mas não é bem assim.

Em um processo terapêutico, especialmente quando uma criança é a paciente, torna-se de extrema importância que a família esteja ciente e consciente dos objetivos terapêuticos elencados, além de participar de forma ativa da caminhada.

Uma família empoderada, esclarecida e orientada contribui efetiva e positivamente no desenvolvimento da criança. Quando a família segue e pratica as orientações e instruções fornecidas pela equipe de terapia, ela potencializa os efeitos da estimulação e contribui de forma significativa na evolução do seu filho.

Sempre que pensarmos em terapia – em especial para crianças com deficiência – devemos ter a consciência que esse processo deve ser frequente, contínuo e intenso, pois apenas dessa forma as transformações cerebrais serão alcançadas.

No cérebro infantil, a neuroplasticidade está em sua maior capacidade, por isso a importância dos estímulos precoces e intensos. Ou seja, no processo terapêutico, para que os objetivos sejam atingidos, o fornecimento dos estímulos e a busca pelas respostas adequadas devem ser repetitivos e frequentes, mudando, assim, o funcionamento cerebral, ampliando sinapses nervosas, refazendo caminhos e abarcando evolução nos aspectos trabalhados.

Quando a família é engajada no processo, conhece os objetivos terapêuticos e põe em prática as orientações dos profissionais, ela acaba por se tornar a “terapeuta do lar”, ou seja, uma grande parceira da equipe multiprofissional. Isso porque a criança deixa de ter estímulos espaçados nas sessões de terapia e passa a ter estímulos terapêuticos diretivos, de forma sistemática e acentuada em casa. Sendo assim, ela está em constante estimulação, seja com equipe de terapia, seja de forma natural e com as pessoas que ela tem maior confiança e afetividade (os seus familiares), o que torna o processo terapêutico prazeroso, motivador e feliz.

Por isso, é de fundamental importância que a família confie nos profissionais que acompanham seu filho. Que tenham com o terapeuta uma relação de respeito, confiança e parceria. Que ambos conversem e alinhem estratégias para o desenvolvimento da criança de forma afetuosa, lúdica e naturalista.

Com a união de terapeutas, família e, também, a escola, encontramos a tríade perfeita, pois em todos os ambientes que a criança convive os adultos estarão confiantes no que devem fazer e como agir para a melhor evolução dela.

Assim sendo, famílias e equipe terapêutica devem estar sempre em unidade, em uma relação feliz que terá como resultado a evolução de uma criança que também estará feliz.

Dra. Tatianna Wanderley
Fonoaudióloga
CRFA 4-7542

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