Modelo DIR e autismo

O modelo DIR foi criado, no final da década de 80, por Stanley Greenspan e por Serena Wieder, a partir de inúmeros estudos sobre o desenvolvimento infantil. Tem como base o desenvolvimento funcional emocional (D), as diferenças individuais (I) e relacionamentos (R), os quais formarão os alicerces para as competências sociais, emocionais e intelectuais das crianças. 

É um modelo de intervenção intensiva e frequente que se baseia na liderança e no interesse da criança, ao mesmo tempo em que a desafia a alcançar maior domínio das capacidades sociais, emocionais e intelectuais, utilizando-se o tempo de chão (floortime). Ele empodera as famílias, dando-lhes subsídios que podem ser determinantes na estimulação diária da criança. 

No DIR, o afeto é a mola propulsora para todo o desenvolvimento. Através do vínculo e do respeito, a criança se deixa envolver e, consequentemente, revela e desenvolve competências pelo seu relacionamento positivo com o outro. 

O modelo tem por base atingir seis níveis do desenvolvimento os quais contribuem para o crescimento emocional e intelectual do indivíduo. 

SÃO ELES: 

1) Autorregulação e atenção compartilhada; 

2) Engajamento e criação de relação; 

3) Abertura e fechamento de círculos de comunicação;  

4) Resolução de problemas; 

5) Simbolismo e brincar com criatividade; 

6) Raciocínio Lógico. 

Esses níveis não são atingidos e extintos. Eles são alcançados reiteradas vezes, quanto for necessário, para que a criança vá construindo alicerces sólidos para o desenvolvimento de suas competências. 

No modelo DIR, as emoções são validadas, os porquês são explicados, os ambientes são preparados, e a liderança é permitida para, a partir desses pontos, a criança se sentir confortável e segura diante das várias situações que a vida lhe permitir. 

As relações emocionais são a base para o desenvolvimento pleno. A validação das capacidades e as oportunidades de agir e de resolver são ofertadas, sem que seja inibida a iniciativa do indivíduo. 

No DIR, há espera, preparação, validação e suporte, para que níveis, cada vez mais, altos sejam alcançados, através de uma relação de parceria e entrega. É um modelo extremamente respeitoso, por meio do qual pessoas com TEA (transtorno do espectro do autismo) sentem-se e são valorizadas em sua individualidade e desenvolvimento, construindo relacionamentos sustentáveis e recíprocos. 

Esse modelo desenvolve capacidades essenciais ao desenvolvimento de relacionamentos empáticos e espontâneos, assim como ao melhor desempenho acadêmico, reconhecendo cada criança como um ser único com potencialidades, necessidades e interesses diferentes. 

TATIANNA WANDERLEY
Fonoaudióloga Clínica Infantil

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