Ficar em silêncio ou se expressar, qual o maior risco?
Pela falta de tempo, porque querem manter a privacidade ou até mesmo por acreditarem ainda que a vida profissional está segregada da vida pessoal, muitos profissionais ainda estão fora das redes sociais. Quando não, alguns criam seus perfis, essencialmente, no LinkedIn (73% dos altos executivos têm perfil no LinkedIn, segundo a PR Weber Shandwick, mas não são ativos ou expressivos).
Recentemente, foi realizada, pela Brunswick, uma pesquisa em 13 países, inclusive, no Brasil, onde 63% dos funcionários pesquisados afirmaram querer líderes mais conectados. Isso significa que a maior parte dos colaboradores gostaria de ver seus gestores utilizando as redes sociais, para expressarem suas crenças, vidas reais e opiniões sobre os diversos temas da sociedade. Nove em cada dez funcionários preferem trabalhar para líderes que utilizam ferramentas digitais. Ainda, segundo a pesquisa, os funcionários acreditam que líderes conectados são mais acessíveis, transparentes, fáceis de se comunicar e capazes de manter as equipes alinhadas e motivadas. No Brasil, esse percentual é ainda mais expressivo: 84% dos funcionários brasileiros confiam mais em gestores que utilizam redes sociais.
Se por um lado pode ser um grande risco para um profissional estar nas mídias, afinal seu perfil pode ser alvo de reclamações e de críticas, em geral, ficar em silêncio, nos dias de hoje, também pode ser um grande (até fatal) risco.
A pandemia acelerou muito as coisas. Inclusive a tendência de sermos, cada vez mais, íntegros (na essência da palavra) e virtualizados. Se a exigência presencial não é mais a mesma do passado, nem mesmo para o tradicional cafezinho com clientes e com fornecedores, a presença virtual ampla e integrada passou a ser essencial, não só nas reuniões, nas interações internas, e nos temas técnicos, financeiros ou operacionais dos negócios, mas também para o público externo e para as mais diversas questões.
Não existem mais dúvidas de que um profissional, principalmente o que é líder, representa a empresa e o produto e que suas atitudes do cotidiano prático e real precisam convergir com o discurso do negócio, para realmente transmitir confiança, construindo e reforçando a boa reputação. Se o produto tem que estar exposto e acessível, para ser analisado e adquirido pelos clientes, seus maiores interlocutores, ou seja, os principais executivos, profissionais e líderes também precisam de tal exposição, pois só assim exercerão, de forma efetiva, influência sobre os diversos stakeholders. Apenas dessa forma maximizarão a missão de aproximar clientes e fornecedores, de aumentar o engajamento dos funcionários e de expressar o seu (e claro, o da empresa e do negócio) posicionamento social para a comunidade.
No entanto, é fundamental que haja um grande alinhamento da comunicação dos profissionais e das suas crenças pessoais com o posicionamento institucional. Uma estratégia precisa guiar esse processo (mídias sociais principais, temas, frequências, formatos), lembrando que, para haver uma comunicação eficaz, no meio digital, é necessário, acima de tudo, autenticidade.