Check up cardiológico – Uma questão de saúde

Ainda hoje, as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% das causas de doenças que afetam o coração são fatores que podem ser modificados, ou seja, que podem ser prevenidos com uma simples mudança nos hábitos de vida. O check-up cardiológico auxilia no controle desses fatores e vai além – identifica precocemente possíveis alterações que podem comprometer o coração, mesmo antes dos sintomas.

1. Que é um check-up?

O check-up é uma avaliação médica periódica (história clínica e exame físico), associada a exames complementares indicados de acordo com sexo, idade e presença de fatores de risco. Visa à promoção de saúde e à prevenção de doenças.

2. Quais os benefícios de fazer um check-up cardiológico?

O check-up cardiológico tem o propósito de prevenir doenças cardíacas e/ou de acompanhar a sua evolução. Identifica possíveis problemas cardiológicos ou fatores de risco importantes e direciona sua investigação. É importante ressaltar que algumas doenças do coração são assintomáticas e só se manifestam quando em fase crítica. Por isso, prevenir é sempre importante.

Durante a consulta, são buscados fatores de risco, os quais, ao longo do tempo, podem causar depósito de gordura nas artérias e, consequentemente, infarto ou acidente vascular encefálico (AVC). Muitos desses fatores são modificáveis, como pressão alta, diabetes, tabagismo, colesterol alto, obesidade e sedentarismo. A identificação e o tratamento precoce são essenciais, para evitar piores desfechos.

3. Quais exames são feitos em um check-up cardiológico?

Além do exame físico– cálculo do IMC, circunferência abdominal e pressão arterial–, que é realizado em todas as consultas, também é comum o uso de exames complementares, que devem ser individualizados de acordo com o perfil do paciente.

Exames laboratoriais, como colesterol total e frações, glicemia em jejum e ácido úrico, ajudam na identificação precoce de importantes fatores de risco.

Exames cardiológicos específicos também podem ser solicitados. É comum fazer Eletrocardiograma– avalia arritmias e aponta possíveis alterações na estrutura do coração –, Teste Ergométrico – avalia a capacidade aeróbica, a resposta ao esforço físico da pressão arterial e a possibilidade de doença coronariana (excesso de gordura nos vasos do coração) e Ecocardiograma – avalia a anatomia e o funcionamento do coração, podendo identificar doenças nas válvulas (prolapso), diminuição da força (chagas) e até mesmo visualizar cicatrizes de um infarto antigo. O Doppler de Carótidas é feito para pesquisa de placas de gordura nas artérias do pescoço (artéria carótida e seus sub-ramos), que, se em grau avançado, podem causar AVC e conferem maior risco de infarto. Outros exames cardiológicos, como MAPA, Holter 24h e Angiotomografia de Coronárias, também podem ser solicitados a critério do especialista.

4. Quando devo começar a fazer um check-up?

No geral, homens acima de 40 anos e mulheres após menopausa. Essa avaliação deve ser feita mais precocemente na presença de comorbidades (pressão alta, colesterol alto, diabetes) ou de histórico familiar de infarto, de AVC ou de morte súbita.

Para início da prática de atividade física, a avaliação cardiológica também é importante. Independentemente da idade, é preciso receber orientação correta quanto à realização do exercício físico de forma segura para a saúde. Capacidade aeróbica e faixa aeróbica de treinamento são algumas das avaliações, para indicar qual a intensidade adequada e benéfica para o paciente.

A periodicidade da avaliação vai depender do resultado dos exames e das características de cada paciente. No geral, a avaliação anual é suficiente.

5. Devo esperar até essa idade, para ir ao cardiologista?

Não necessariamente. A sugestão de idade para início do check-up deve ser tomada como guia em pacientes assintomáticos e sem histórico familiar de doenças do coração. Caso possua sintomas, como tontura, falta de ar ou dor no peito, o especialista deve ser consultado de imediato.

6. E se meus exames apresentarem alterações?

O maior benefício do check-up cardiológico é justamente identificar condições assintomáticas que podem prejudicar o coração, ao longo do tempo. O diagnóstico precoce e o tratamento efetivo evitam emergências e ajudam a manter uma boa saúde cardiovascular. Para isso, acompanhá-los com um especialista de confiança é fundamental.

TEXTO 02: ECOCARDIOGRAFIA AVANÇADA – TECNOLOGIA DE PONTA EM BENEFÍCIO DA SAÚDE CARDIOVASCULAR

O Ecocardiograma é um exame de ultrassonografia que fornece uma vasta gama de informações, permitindo analisar problemas estruturais e alterações na fisiologia cardíaca. Ele é não invasivo, não usa contraste e não apresenta contraindicações ou efeitos colaterais.

Com o constante avanço tecnológico, especialmente, na área de imagem cardiovascular, têm-se, hoje, disponíveis novas ferramentas de auxílio diagnóstico e terapêutico na cardiologia. Dentre as tecnologias emergentes na ecocardiografia, destacam-se a avaliação da deformação miocárdica, da sincronia cardíaca e a visibilização de alterações estruturais complexas pelo exame tridimensional (3D).

O estudo da deformação miocárdica (Strain), realizado pela tecnologia de Speckle Tracking, permite uma avaliação extremamente sensível da função cardíaca. É de grande utilidade no acompanhamento de tratamento quimioterápico, especialmente do câncer de mama, ajuda no diagnóstico diferencial de cardiomiopatias (doenças do músculo cardíaco) e colabora na decisão terapêutica (cirúrgica x conservadora) em doenças das válvulas do coração. Já a avaliação da sincronia cardíaca é feita em casos graves de insuficiência cardíaca, auxiliando,

tanto na escolha, como no acompanhamento de pacientes candidatos ao implante de dispositivos de ressincronização. O Ecocardiograma Tridimensional (Eco 3D), por sua vez, faz grande diferença na avaliação das doenças cardíacas estruturais. Ele é utilizado, tanto para selecionar pacientes favoráveis, como durante procedimentos, no laboratório de hemodinâmica, guiando tratamentos minimamente invasivos e inovadores em cenários anteriormente candidatos apenas à cirurgia convencional.

HÉLIO LISBOA FILHO
Cardiologista
CRM/PB 9546 | RQE 6660 | RQE 6661

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