Queixas frequentes em consultórios de oncologia musculoesquelética, os tumores de partes moles revelam-se uma frequente preocupação dos pacientes, principalmente, quando estão em crescimento ou quando causam dor.
Costumo dizer aos meus colegas médicos que os tumores de partes moles, às vezes, passam despercebidos em consultas médicas e podem-se transformar em um problema, quando se revelam malignos.
É certo que a grande maioria dos tumores de partes moles (aqueles caroços que se sentem nos membros) é de natureza benigna e existe uma frequência relativamente alta em relação as outros tumores de outras localizações.
Mas, apesar de ser uma minoria, de sarcoma de partes moles (assim chamado por ser maligno), segundo a American Cancer Society, nos Estados Unidos, para 2016, são esperados 12.310 novos casos.
Não existem dados oficiais sobre a doença no Brasil.
Existem alguns critérios adotados pelos Oncologistas ortopédicos e cirúrgicos, os quais definem o risco de aquele tumor de partes moles, no membro, ser benigno ou maligno.
Se o tumor apresentar um tamanho menor que 5 cm a 3 cm, for móvel, tiver consistência elástica e for superficial, provavelmente, será benigno. Do contrário, em pacientes que apresentam tumores de crescimento rápido, maiores que 3 cm a 5cm em seu maior eixo, endurecidos, com dor e profundos há necessidade de investigação.
Esses sarcomas podem-se originar de tecido ósseo, de músculo, de gordura, de tecido nervoso, de pele etc. O médico, ao identificar essa patologia, deve encaminhar urgentemente a um profissional oncologista com treinamento em cirurgia desse tipo de tumor, senão as consequências podem ser catastróficas.
Identificado, o oncologista ortopédico ou cirúrgico iniciará um série de investigações, para saber se aquele tumor se restringe àquele local. No entanto, caso se apresente metastático, na grande maioria dos casos, haverá necessidade de biopsia.
No tratamento dessas enfermidades pode-se partir diretamente para cirurgia de ressecção ou, com o auxílio dos colegas oncologistas, iniciar tratamento medicamentoso antes e depois do procedimento cirúrgico e, em alguns casos, requisitar o auxílio dos médicos radioterapeutas.
Quando descoberto na fase inicial, a taxa de cura se apresenta relativamente alta, é claro que, nessa matéria, os tumores são muito diferentes, e cada um tem sua particularidade.
A atenção à presença desses tumores é de extrema importância, pois podem-se apresentar em todas as faixas de idade e em todas as raças e sexos. Os estudos genéticos realizados nos EUA e na Europa convergem para uma enormidade de tumores de diferentes genomas, cuja causa ainda é de natureza desconhecida.
ANDRÉ LUÍS SIQUEIRA
Ortopedista e Traumatologista
CRM/PB 6207 | RQE 3909