você já ouviu falar?
Talvez não seja do conhecimento de vocês, mas a primeira cirurgia de artrodese de coluna lombar foi realizada por via anterior, através do abdome, pelo espaço retroperitoneal. A vantagem dessa via de acesso é a preservação da musculatura eretora da coluna, o que permite a introdução de espaçadores lordóticos, causando uma lordose segmentar mais equilibrada e apresentando grande taxa de consolidação da artrodese, pois o implante é cerca de 2 a 3 vezes maior do que os espaçadores posteriores, além de apresentar um risco de lesão neurológica significativamente menor por não haver manipulação das raízes nervosas como, acontece nas vias posteriores.
Apesar de ser a primeira técnica de artrodese lombar desenvolvida, a ALIF caiu em desuso durante muito tempo devido à falta de cages anatômicos e ao desconhecimento do acesso cirúrgico pelos cirurgiões, além da necessidade de grandes incisões abdominais para a realização da técnica.
Por conta do avanço da tecnologia médica na área da coluna vertebral, hoje os espaçadores são de fácil inserção, os enxertos promovem artrodeses sólidas e o desenvolvimento de retratores específicos reduziu significativamente o tamanho das incisões, que variam em torno de 4 a 6 cm para realização de até 3 níveis na coluna.
A grande revolução dos novos implantes se mostra nas técnicas stand-alone, onde os implantes são presos por âncoras nos corpos vertebrais dispensando a utilização de parafusos e hastes.
As principais indicações para a ALIF são a espondilolistese, as escolioses degenerativas do adulto, estenose de canal lombar, recidiva de hérnia de disco e discopatia degenerativa avançada. O procedimento é rápido, leva cerca de 40 minutos, dispensa internação em UTI, apresenta quase nenhuma perda sanguínea, o paciente anda no mesmo dia da cirurgia sem necessidade do uso de coletes e, em geral, recebe alta com 24 a 48 horas após o procedimento.
Dr. Thiago Gomes Martins
Neurocirurgião
CRM/PB 7624 | RQE 5252
