O Parkinson é uma doença neurodegenerativa, crônica e progressiva, que afeta, no mundo, uma em cada 100 pessoas acima dos 60 anos. A idade média, no início dos sintomas, é de 61 anos, no entanto, 10% dos pacientes são diagnosticados antes dos 40 anos. No Brasil, estima-se que, aproximadamente, 250 mil pessoas sofram dessa doença, muitas vezes, ainda não diagnosticada.
A origem da doença de Parkinson ainda não é completamente compreendida. Sabe-se que, nessa doença, existe uma morte progressiva de células nervosas (neurônios) em uma área do cérebro chamada substância negra. Essas células normalmente produzem a dopamina, um neurotransmissor que transmite sinais entre áreas do cérebro conhecidas como gânglios da base, os quais coordenam a realização de movimentos do corpo. As causas conhecidas do parkinsonismo incluem alterações genéticas, traumatismos cranianos, medicamentos e exposição a toxinas. Entretanto, na maioria dos casos, não é possível identificar um fator desencadeante da doença.
Os sintomas mais comuns incluem lentidão generalizada de movimento (bradicinesia), rigidez dos membros e tremor, os quais tipicamente se iniciam em um lado do corpo e podem-se espalhar, à medida que a doença progride. O tremor típico em repouso, que lembra o ato de contar moedas, é o sintoma mais conhecido da doença de Parkinson, porém não está presente em todos os casos e desaparece durante o sono. Outros sintomas frequentemente presentes incluem: dificuldades na marcha e alteração da postura, ausência de expressão facial, diminuição acentuada no tamanho da caligrafia, perda do olfato, alterações cognitivas e depressão.
Os medicamentos disponíveis para tratamento do Parkinson permitem controlar os sintomas, porém não retardam a progressão da doença, a qual é lenta, na maioria dos casos. Os pacientes com sintomas não controlados pela medicação ou que apresentam efeitos colaterais intoleráveis podem-se beneficiar de procedimentos cirúrgicos, como a estimulação cerebral profunda A estimulação cerebral é realizada através do implante de um aparelho de neuroestimulação (DBS), semelhante a um marca-passo, que libera, de forma precisa, impulsos elétricos em regiões específicas do cérebro. A neuroestimulação produz uma melhora importante dos sintomas que antes eram tratados com uso de medicações, mas que deixaram de responder, adequadamente, devido à progressão da doença.
Até o presente momento, não existe cura para doença de Parkinson, e seus portadores podem conviver, durante anos, com os sintomas desse mal. Dessa forma, além do tratamento neurológico, é importante o apoio de uma equipe multidisciplinar composta por fisioterapeuta, por fonoaudiólogo, por enfermeiro, por psicólogo e por cuidadores. O tratamento ideal deve contemplar todos os aspectos da doença e oferecer ao paciente o máximo em qualidade de vida.
EMERSON MAGNO DE ANDRADE
Neurocirurgião | Especialista em Dor
CRM/PB 6215 | RQE 4238 | RQE 6120