E assim começamos uma novidade por aqui. Uma coluna sobre marketing na área de saúde! Em todos os meios, mídia impressa, digital, outdoors, profissionais das áreas de saúde têm se esforçado para estarem cada vez mais próximos de seus pacientes. Em um movimento completamente novo de potencial intangível e em plena evolução, mas que até o momento já nos mostrou lados positivos e negativos.
É inegável que as distâncias entre médicos e pacientes estão cada vez menores. Associe isso a grande diversidade de informações disponíveis fornecidas pelos profissionais do mais alto escalão de todas as especialidades, possibilitando a existência de um miniconsultório em cada mão. Ao entrar nas redes sociais, e com um símbolo #, a famosa hashtag, seguida da sua palavra ou, no caso da saúde, da doença ou tratamento de interesse, aparecem vídeos, depoimentos e informações diversas. Algumas questões simples que antes geravam uma consulta ao médico agora são resolvidas em buscas rápidas.
Recentemente, traduzi para o português um estudo de médicos do Arizona – EUA, publicado pela American Urological Association, que tratava do número crescente de pessoas que confiavam em informações contidas na internet no que dizia respeito a sua saúde, mesmo antes da pandemia por COVID-19. Organizações internacionais mostraram uma tendência de crescimento destas buscas com o subsequente aumento das consultas em telemedicina. E lembram da necessidade de atenção, por parte dos médicos, de falarem uma linguagem acessível.
O lado negativo fica a cargo do exibicionismo, da necessidade de chamar atenção a todo custo em uma procura desenfreada por seguidores, curtidas, compartilhamentos e likes. Exageros que, por vezes, leva a tela de muitas pessoas imagens de cirurgias, cenas com sangue e órgãos ou performances que parecem ferir o bom gosto, mas que certamente ferem a Constituição Federal por não respeitar os direitos fundamentais da dignidade das pessoas. Como defesa das boas práticas, entidades competentes, como conselhos e sociedades de especialidades, ainda não conseguem lidar com a velocidade dos meios virtuais.
Um outro ponto que não pode ser esquecido e agora serve de alerta para você, leitor e paciente, é que toda essa chuva de informações tem possibilitado que profissionais com objetivo de ter sucesso em curto prazo, sem aparentar o mínimo de humanidade, empatia e preocupação com os pacientes, movem-se guiados pela multidão de fiéis seguidores, que não conseguem distinguir uma formação profissional sólida, de uma conta de rede social ou páginas da internet cheias de memes engraçados. Essas pessoas se tornam vítimas de seus cliques, pois um dos grandes desafios atuais é diferenciar os bons dos maus profissionais (sim, eles existem em todas as profissões). A minha dica para ajudá-lo a diferenciar estes profissionais: desconfie daqueles que oferecem (e pior ainda, os que vendem) uma medicina alegre e sem riscos. Fuja deles, combinado?
Este é apenas o nosso pontapé inicial e teremos oportunidade de entender mais sobre essa novidade aqui. Ah! E falando em marketing na área da saúde, antes que eu me esqueça: entra no Instagram e me acha lá @rafaelmourato.uro
Rafael Mourato
Urologista
CRM/PB 8795 | RQE 5420