A O caminhar, durante esses anos, na área de longevidade saudável, tanto nas atividades de pesquisa do doutorado e da docência, como na prática clínica no Hospital Universitário Lauro Wanderley e no Instituto Paraibano de Envelhecimento tem gerado em mim alguns questionamentos e, consequentemente, modificações de algumas condutas nutricionais.
Umas dessas questões tem sido:” Será que poderíamos chegar a uma vida longa, atingindo uma idade acima dos 100 anos, com um corpo saudável e ativo e com uma mente sã? Se sim, como conseguiríamos, aos poucos, essa progressão? E, ao longo desse período, o tratamento nutricional aliado a outros tem gerado respostas positivas. A meta seria vivermos mais e com mais qualidade de vida, ou seja, envelhecermos ativamente, mantendo as capacidades funcionais básicas, com uma menor carga de doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes, hipertensão, câncer, demências e outros processos inflamatórios associadas ao envelhecimento “inflammaging”.
Para tal, precisamos entender que a longevidade saudável está relacionada aos longos anos vividos da melhor forma possível e é refletida pelas nossas condições de vida, bem como pelo estilo de vida saudável. Esse deverá ser baseado em uma postura ativa perante a vida e a sociedade, vivenciada com otimismo e controle do estresse, com espiritualidade, com fé em Deus, com acesso a profissionais de saúde, com prática de atividade física, evitando-se o fumo e o abuso de bebidas alcoólicas e, principalmente, mantendo-se hábitos alimentares saudáveis.
Portanto, assim, será possível e preciso reprogramar o corpo, para garantir a longevidade, fazendo com que a nossa idade biológica seja mais nova que a nossa idade real, mantendo as pessoas saudáveis pelo maior número de anos, com imunidade para a prevenção de doenças.
Na verdade, vários fatores levam ao envelhecimento celular e, dentre eles, a epigenética tem papel fundamental, representada pela redução no comprimento dos nossos telômeros, reduzindo, assim, a proteção do nosso DNA e aumentando o seu dano, com ação excessiva dos radicais livres sobre a célula e sobre outros fatores. Então, provavelmente, uma falha na informação do epigenoma (uma estrutura dentro da célula, a qual permite que alguns genes sejam lidos, enquanto outros silenciam) causaria o envelhecimento.
A senescência celular (parada permanente do ciclo celular), que está implicada em muitas doenças relacionadas à idade, é uma causa significativa da disfunção dos tecidos. É imprescindível também ressaltar que as atividades da célula, tais como a regulação do metabolismo, do crescimento e do envelhecimento, são harmonizadas por vias de sinalização de nutrientes e de energia e que alguns procedimentos, como a restrição calórica com a suplementação adequada e o exercício, agem nessa sinalização, desfavorecendo o envelhecimento.
Baseado nessas premissas, o tratamento, que deverá ser iniciado, no máximo, aos 40 anos, fundamenta-se em torno das propriedades e das interações dos vários nutrientes com seus efeitos no envelhecimento, reduzindo, assim, o aporte de calorias da dieta. Além disso, a quantidade de aminoácidos deverá ser adequada, mas havendo restrição de alguns tipos, com uma proporção menor de proteínas de origem animal, uma maior porção de carboidratos complexos e com baixo índice glicêmico e de boas fontes de gorduras vegetais.
A prescrição de alguns ativos antioxidantes e fitoterápicos fecham a conduta clínica, como exemplo a prescrição de manipulados à base do resveratrol, ácido gálico, Coq10, curcumina, ativos da Camélia sinensis, Rhodiola rosea, licopeno, zeaxantina, monoterpenos extraídos de óleos essenciais, vitaminas K, A, D, E e C e alguns minerais e oligoelementos.
Tenha uma vida plena, feliz e saudável, faça uma consulta com um nutricionista para te proporcionar uma longevidade com mais saúde.
GEOVÂNIA MENEZES
Nutricionista
CRN/PB 2332
