Qual a relação entre COVID-19 e Trombose?

Já é sabido que a Trombose é decorrente de um estado de hipercoagulabilidade, ou seja, de uma maior propensão à formação de coágulos no sangue que podem surgir não só nas pernas, mas também nos braços e outros órgãos, sendo conhecida por TRÍADE DE VIRCHOW (lesão do endotélio – estase venosa – hipercoagulabilidade.

Estatísticas e estudos científicos recentes estão nos mostrando que algumas pessoas as quais foram acometidas pela COVID-19 estão desenvolvendo Trombose Venosa Profunda (TVP), em alguns casos com consequências a partir da infecção inicial pelo SARS COV-2 ou em decorrência da infecção prolongada. De maneira geral, o que se percebe é um aumento de casos de TVP ambulatoriais e hospitalares relacionados à infecção, onde se encontra já no pós-COVID  imediato e, em alguns casos, no pós-COVID a médio prazo com a presença dessa complicação.

Diversos artigos científicos já têm demonstrado essa relação, sendo, então, importante para nós, profissionais da saúde, conhecermos esse risco e estarmos atuando na diminuição dos casos de trombose, desde a sua profilaxia, bem como no surgimento das complicações da trombose, através do tratamento eficaz dessa complicação.

Vale salientar que a TVP está categorizada como uma das principais causas de morte evitáveis no mundo, sendo assim muito relevante o assunto. Um dos principais sintomas é o surgimento de dores agudas, como o inchaço, dentre uma gama de outros sintomas. Enfatiza-se, também, que alguns pacientes podem ser assintomáticos e, mesmo assim, estarem com a trombose, como no caso de idosos e diabéticos que possuem neuropatias (com comprometimento da sensibilidade tátil, vibratória e até mesmo dolorosa), o que leva a não identificação do principal sintoma que é a dor. Logo, nesses pacientes, faz-se necessária uma prevenção ou mesmo um tratamento precoce rigoroso.

Com essa associação, é essencial que o médico tenha um alto nível de suspeição, identificando precocemente o problema para evitar complicações e óbitos.

O tratamento é estabelecido através da suspeição, após exame clínico, e com a confirmação do trombo mediante a realização de um exame simples chamado Ultrassonografia com Doppler Venoso ou Duplex Scan Venoso dos Membros Inferiores. Na prática médica, é utilizado para tratamento os anticoagulantes de uso oral ou  injetáveis.

Após o tratamento, lança-se mão de outras estratégias que visem o não surgimento de outras complicações. Como no caso da síndrome pós-trombótica, que é uma sequela da trombose, e corresponde a um inchaço crônico da perna. É como se o paciente não tivesse tratado a patologia aguda de forma satisfatória e ficasse com dores constantes e dificuldade em andar.  Os idosos têm maiores chances de desenvolver a trombose e o local mais frequente de acometimento é a perna.

Logo, ao menor sinal de dor tipo fisgada em região de coxa posterior ou até mesmo na panturrilha, procure o serviço médico, com vistas a definição diagnóstica e o início precoce do tratamento, de acordo com o seu angiologista/vascular de confiança.

Dra. Dafna Patriarca Salvi
Médica
CRM/PB 13129

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