Saúde sexual masculina: disfunção erétil

A disfunção erétil (DE), popularmente conhecida como impotência sexual, é a incapacidade de ter ou de preservar uma ereção suficientemente consistente, para manter a relação sexual.

Falhas eventuais, isoladas, decorrentes de cansaço, preocupação ou falta de atração pela parceira não constituem disfunção erétil, sendo reações naturais ao estresse de um dado momento ou a um desinteresse transitório.

Geralmente, por falta de informação e por sentir-se envergonhado, o homem não desiste da relação sexual, mesmo falhando, na expectativa de se recuperar e de não ter sua autoimagem comprometida, gerando extremo sentimento de culpa.

A disfunção erétil de origem emocional é mais frequente em jovens devido à insegurança, ao medo de falhar, à autoimagem negativa ou pode advir de algum conflito relacionado à orientação ou à identidade sexual. Nessas circunstâncias, o jovem acaba liberando altas concentrações de adrenalina na circulação, o que prejudica o preenchimento dos corpos cavernosos do pênis, ocasionando dificuldade ou perda de ereção. Por sua vez, a disfunção erétil de causa orgânica incide mais em homens de meia-idade em diante, podendo ser de origem psicogênica associada ou isolada.

Constatada a disfunção, a evolução e o agravamento dependem de fatores emocionais. Autoestima abalada aumenta a fragilidade e a falta de confiança na recuperação e no desempenho.

Assim como a maior parte dos problemas de fundo emocional, a DE também possui alguns sinais simples de serem detectados, como:

● Uso excessivo de pornografia;
● Vício em aplicativos e em sites de bate-papo e de encontro;
● Sentimento de ansiedade relacionado ao ato sexual;
● Capacidade de se satisfazer mais com o sexo virtual de que com o real;
● Quadros de depressão.

O tratamento psicoterápico busca, dentre outros, identificar e trabalhar as resistências à intervenção médica, reduzir a ansiedade de desempenho e entender o contexto em que o paciente faz sexo. A eficácia da terapia depende de focar no prazer, reduzir a ansiedade, diminuir a ênfase no ato sexual e promover consciência das sensações sexuais. O foco da terapia sexual não deve ser só a melhora do desempenho, mas, principalmente, o conforto sexual e o prazer.

Há casos em que a terapia sexual para disfunção erétil deve anteceder a terapia medicamentosa: jovens iniciando a atividade sexual, homens deprimidos, disfunção causada por abuso de substâncias ou relacionamento muito deteriorado.

Por outro lado, a terapia medicamentosa é uma aliada à psicoterapia, a fim de fornecer confiança para o retorno à atividade sexual, além de recuperar rapidamente a ereção e, com isso, superar questões relacionais e psicológicas resultantes das falhas de ereção.

GILBERTO BARRETO
Psicólogo
CRP 13/9034

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