Certa vez o grande mestre zen Shunryu Suzuki foi chamado para resumir os ensinamentos de Buda em poucas palavras, então ele disse: “Tudo muda”.
A impermanência constante na vida há muito tempo foi percebida, mas não na velocidade que vivemos nos tempos de hoje. A tecnologia trouxe a exponencialidade, que trouxe a volatilidade. Não se trata mais apenas de mudar. Se o mestre Suzuki vivesse nos dias atuais a frase seria ligeira, porém significativamente diferente: “Tudo transforma”.
“A diferença entre Mudança e Transformação está no fato que toda mudança permite regresso, já a transformação não.”
“TRANSFORMAÇÃO. Esse vem sendo um dos maiores desafios das organizações. Não mais como fator extemporâneo e sim recorrente.”
Porém se a atmosfera que permeia o ambiente organizacional está cada dia mais dinâmica, as prerrogativas existenciais das empresas ainda não. Ainda continuam as mesmas de “antigamente”: cumprir as leis, pagar seus impostos e ser fontes geradoras de renda para as comunidades que estão inseridas. Diante disso, precisamos refletir conjugando: a necessidade das constantes transformações e todos os mecanismos que permitem dinamizá-lo com efetividade, com o fato que o que sustenta e move as empresas são resultados mensuráveis, competitivos, sustentáveis e crescentes. E é dessa realidade factual que vem a complexa inflexão: se o que move as Empresas são os resultados, o que é capaz de mover os resultados para a constante transformação? Aí é que está. Não é “o que é”, mas sim “quem é”. São as pessoas as mais essenciais e relevantes alavancas do processo de transformação das empresas. Elas movem os resultados.
“Pessoas que resolvem problemas tomam decisões e implementam melhorias. Apenas pessoas VÃO ALÉM DO PROGRAMADO, quebrando padrões e INOVANDO.”
O elemento “pessoas” está no centro da equação. Planejamento, processos efetivos e inovação também compõem a matemática para alcançar os desafiadores resultados, mas o ponto crucial e o foco são: Pessoas. Qualquer outra frente não tem a mesma conexão com os fatores subjetivos que toda estratégia tem, por muitas vezes não compreendidos, mas existentes.
Mas o que move as Pessoas?
Simon Sinek fala sobre o poder do PROPÓSITO. Um propósito engajador conecta objetivos práticos (DO QUE FAZER) às emoções positivas relacionadas aos PORQUÊS do FAZER. Adicionalmente, o evento Pandemia enfatizou a necessidade de conexão com propósitos cada vez mais profundos e relevantes, com amplitude além do business.
Depois de estudar, liderar e acompanhar vários processos de transformação organizacional, inclusive o do Grupo Elfa, uma empresa de 30 anos, de origem nordestina, que, após ter sido adquirida pela Patria Investimento em 2015, ocupa, hoje, território nacional, cresceu o faturamento exponencialmente, adquiriu e integrou várias outras empresas, diversificou portifólio e nos últimos anos também foi destaque nos rankings da GPTW, Maiores e Melhores e Valor 1000;percebi que os mais assertivos modelos passam pelas seguintes etapas:
- Ter Missão, Valores e grandes objetivos estratégicos definidos e comunicados.
- Colocar o humano no centro da estratégia organizacional.
- Ganhar proximidade como e entre os líderes.
- Antes de partir para ações mais táticas, engajar as pessoas.
- Treinar as pessoas nas competências comportamentais primeiro.
- Investir na congruência da “fala” e da “prática”.
- Oxigenar os rituais e processos da organização.
- Celebrar e reconhecer, coletiva e individualmente, as conquistas, também, do curto prazo.
Com as pessoas engajadas e capacitadas o processo de transformação acontece. Não há necessidade de fortes controles, excêntricos incentivos e/ou heróis. Se a transformação constante não é opcional e ter resultados competitivos também é questão irrefutável para sobrevivência das organizações, o fator “pessoas” é a principal estratégia.
