Tontura é a queixa número um relatada aos médicos por pacientes acimade65anosdeidade. Aproximadamente 30% dessa população caem uma vez por ano, e, após os 80 anos, essa porcentagem pode chegar a 50%. (fonte: Hospital Sírio Libanês).
O controle postural, quando em pé ou caminhando, não é função exclusiva do sistema vestibular (labirinto). O cérebro precisa processar rapidamente informações que vêm dos sistemas visual, vestibular e proprioceptivo (terminações nervosas de articulações e músculos). Uma vez que o equilíbrio depende de múltiplas informações sensoriais, o envelhecimento pode causar um déficit em qualquer um desses sistemas, individual ou coletivamente, causando prejuízo ao equilíbrio. E o risco de queda torna-se iminente.
Essa insegurança gerada pelo desequilíbrio pode tornar-se limitante para as atividades habituais e prazerosas, gerando consequências desastrosas, como o isolamento social, a depressão, o medo e o risco de queda.
Alguns profissionais devem estar envolvidos na avaliação funcional dos labirintos e das vias do equilíbrio, entre eles o neurologista, o otorrinolaringologista e o fonoaudiólogo. O tratamento medicamentoso, com boa parte das substâncias existentes no mercado há muitos anos, pode ser pouco específico e, consequentemente, menos eficaz no controle e resolução das queixas. Por isso, a compreensão da complexidade do sistema de controle postural e a detecção de suas falhas são funda- mentais no plano terapêutico. Algumas disfunções do equilíbrio, inclusive, beneficiam-se pouquíssimo de medicamentos. Muitas vezes, o problema ocorre nas vias centrais, que são responsáveis pela integração das informações, pela geração de atos reflexos e por questões físicas transitórias, como a vertigem posicional.
A estratégia do tratamento é individualizada e baseada nas queixas de como isso afeta vida do paciente e quais alterações funcionais existem, objetivando o melhor resultado possível.
O risco de queda deve ser gerido com estratégias preventivas.
Felizmente, com o avanço da otoneurologia, tornou-se possível uma avaliação bastante precisa, pré-requisito para restabelecer o controle postural do
paciente de forma efetiva. Buscando, cada vez mais, a excelência do nosso atendimento, fomos os pioneiros na realização do exame de posturografia computadorizada na Paraíba.
A posturografia computadorizada complementa a avaliação do equilíbrio corporal, trazendo informações que os testes convencionais não oferecem. Tem muita importância para qualificar o desequilíbrio em idosos e identificar aqueles sob risco de queda.
A detecção precoce de anormalidades no controle postural dinâmico, seguida de um planejamento de reabilitação personalizado e de monitorização do tratamento, após a terapêutica instituída, pode ajudar a prevenir quedas, melhorando substancialmente a qualidade de vida desses pacientes.
SHEILA ISABEL MENSLIN
Fonoaudióloga
CRF 4-6050-2